A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte negou nesta terça-feira (10) o pedido de habeas corpus de Victor Cianni de Lima Maia, agente
penitenciário preso
em 2015 na Penitenciária Estadual de Alcaçuz acusado de repassar drogas, celulares e armas a detentos.
A defesa do acusado alegou constrangimento ilegal por excesso de prazo para a conclusão de instrução penal, e que, desta forma, fosse “relaxada a prisão” e expedido o alvará de soltura em favor do acusado. Mas não foi acolhido pela Câmara Criminal, já que a demanda envolve multiplicidade de réus, o que justifica a razoabilidade no tempo da instrução processual.
O ex-agente teve a exoneração publicada em 2015. Ele já foi preso duaz vezes. Na primeira, em setembro de 2015, foi flagrado com drogas e celulares dentro da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, onde trabalhava na época. A segunda aconteceu em fevereiro deste ano, quando foi um dos alvos da operação Barreiros - que cumpriu 100 mandados de prisão durante uma ação que descobriu um esquema de tráfico de drogas comandado de dentro de presídios. Victor Cianni era servidor público fazia pouco mais de 5 anos.
Alcaçuz
Victor Cianni foi preso na Penitenciária Estadual de Alcaçuz no dia 29 de setembro de 2015. A unidade, a maior do estado, fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal. Na ocasião, ele foi flagrado com 4 quilos de drogas (entre maconha, cocaína e pedras de crack) e 10 aparelhos celulares e dezenas de chips e carregadores.
Segundo o delegado Vicente Gomes, o agente penitenciário negou o crime. "Ele disse que encontrou o material já dentro de Alcaçuz, e que estava guardando para poder dar o flagrante no verdadeiro dono das drogas e dos celulares", disse. À época, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte lamentou a prisão e emitiu uma nota na qual dizia que diariamente a categoria combate a entrada de ilícitos e outras irregularidades em unidades prisionais. “Portanto, o Sindasp-RN e os agentes penitenciários não compactuam e não admitem comportamento fora dos padrões da legalidade”, ressaltou.
Operação Barreiros
O agente penitenciário voltou a ser preso em fevereiro de 2016. Foi durante a operação Barreiros, realizada pela Polícia Civil. A investigação, trabalho de um ano, resultou na prisão 100 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas. Trinta dos suspeitos (26 homens e 4 mulheres) foram detidos somente no dia 19, ocasião em que Victor também recebeu voz de prisão. Segundo a polícia, o grupo integrava uma associação criminosa envolvida com tráfico de drogas, homicídios, roubos e furtos.
“A Operação Barreiros recebeu este nome porque a nossa investigação teve início em uma comunidade chamada Barreiros, que fica na cidade de São Gonçalo do Amarante. Descobrimos que o grupo, além de traficar drogas no município, possuía ramificações em outras cidades e até mesmo fora do estado. Um dos mandados cumpridos foi contra um preso que está em São Paulo”, revelou Ulisses de Souza, delegado da Delegacia Especializada em Narcóticos. “A droga que estava sendo distribuída na Grande Natal era enviada de São Paulo para o Rio Grande do Norte por este preso”, acrescentou o delegado.
Fonte: G1
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