Na véspera de prestar juramento como o 45º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump se instala nesta quinta-feira (19) em Washington D.C., de onde
governará o país por quatro anos.
O bilionário republicano deixou a Trump Tower, em Nova York, para viajar para Washington. Ele desembarcou na base aérea Andrews, acompanhado de sua família, por volta das 15h15 pelo horário de Brasília. Trump se mudará na sexta-feira para a Casa Branca.
Ele deixará de lado seu Boeing pessoal no aeroporto La Guardia, em Nova York, e passará a se deslocar em uma aeronave da frota presidencial, o Air Force One.
Às 15h30 local (18h30 de Brasília) desta quinta, Trump depositará flores no Cemitério Nacional de Arlington, onde estão sepultados os veteranos americanos mortos em combate, e depois discursará do outro lado do rio Potomac, no Lincoln Memorial, epicentro da cerimônia de posse, que contará com shows de música country e fogos de artifício.
Posse
A cerimônia de juramento ao ar livre, no Capitólio, começará ao meio-dia (15h de Brasília) desta sexta-feira (20), segundo data e hora estabelecidas na Constituição, e será transmitida por emissoras de TV de todo o planeta, em um dia com previsão de chuvas.
Centenas de milhares de cidadãos, entre partidários e opositores ao novo presidente, começaram a chegar à capital para participar deste ritual democrático, no qual estarão presentes dirigentes políticos de todo o país, entre eles a adversária de Trump na disputa à Casa Branca, a democrata Hillary Clinton, e três ex-presidentes.
"Trump tem pressa real de chegar à Casa Branca e começar a trabalhar para os americanos", disse na quarta-feira seu vice-presidente, o conservador Mike Pence, de 57 anos.
Sem experiência política, nem militar, o septuagenário Donald Trump foi eleito, de certa forma, graças aos maus modos: seus eleitores, egressos das classes populares, o levaram à Presidência para virar a página da era Obama e alterar profundamente o status quo político. O bilionário prometeu por mãos à obra rapidamente.
De Kennedy a Reagan
Depois de se despedir de Barack Obama, o republicano prevê estampar sua assinatura em quatro ou cinco decretos na própria sexta-feira e em muitos outros, mais importantes, a partir de segunda, com a finalidade de desmontar tudo o possível da gestão de seu antecessor, sem esperar o Congresso, em temas como imigração, meio ambiente, energia e direito trabalhista.
Trump deve, ainda, terminar o discurso de posse que fará na sexta-feira. Em dezembro, em seu clube privado de Mar-a-Lago, na Flórida, sua "Casa Branca de inverno", ele disse que queria se inspirar em John F. Kennedy e Ronald Reagan.
Em 1961, em plena Guerra Fria, o democrata Kennedy conclamou seus concidadãos, em seu discurso inaugural, a não reivindicar que os Estados Unidos fizessem algo por eles, mas se perguntar o que eles podiam fazer pelo país. Em 1981, Reagan disse que "o governo não é a solução para nossos problemas, o governo é o problema".
Trump consultou vários historiadores, observou discursos de alguns de seus antecessores e tem sido aconselhado por seus assessores, mas o texto que lerá na sexta-feira será "um texto Trump". "É ele que o redige, edita e corrige", comentou seu porta-voz, Sean Spicer.
A duração do discurso seria de 20 minutos, como o de Barack Obama em 2009, disse o porta-voz.
Oposição democrata se organiza
O presidente em fim de mandato fez uma espécie de advertência na quarta-feira ao seu sucessor. Com um pé fora da Casa Branca, o democrata, de 55 anos, reiterou que não intervirá regularmente no jogo político, mas não se calará se Trump ultrapassar alguns limites.
A oposição democrata está se organizando sem o atual presidente.
Um terço dos legisladores do partido boicotará a cerimônia de sexta-feira e, no Senado, os democratas tentarão dificultar a confirmação de diversos membros do gabinete de Trump.
Os republicanos pretendiam que na mesma sexta-feira pelo menos sete integrantes do novo gabinete fossem confirmados em seus postos pelo Senado, mas é provável que fracassem em sua tentativa.
Fonte: G1
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