Uma avalanche destruiu um hotel em uma estação de esqui na cidade de Farindola, em Abruzzo, no centro da Itália, na noite de quarta-
feira (18). Horas antes da avalanche, a região tinha sido atingida por pelo menos três terremotos com magnitude superior a 5.
Dois funcionários, que estavam fora do Hotel Rigopiano, foram resgatados e três corpos foram retirados dos escombros. As equipes de resgate ainda estão em busca dos 27 desaparecidos, entre eles crianças.
"Há muitos mortos", declarou Antonio Crocetta, um dos chefes dos socorristas alpinos enviados ao local na madrugada desta quinta-feira (19), segundo a France Presse.
"Nós chamamos, mas ninguém responde", disse Crocetta ao jornal italiano "Corriere de la Sera". As condições de resgate são bastante difíceis, já que o hotel ficou completamente destruído pela avalanche.
Um vídeo divulgado pela BBC mostra os bombeiros enfrentando uma nevasca para chegar até o hotel. Cães e um helicóptero são utilizados nas buscas. Imagens feitas pelos socorristas mostram pedaços de móveis, janelas e outros objetos destruídos pela avalanche.
Sobreviventes
Gampiero Parete e Fabio Salzetta são os sobreviventes que seguem hospitalizados. Eles se abrigaram em um carro até a chegada do socorro, por volta das 4h desta quinta. No carro, eles enviaram mensagens pedindo ajuda com seus telefones alertando sobre a avalanche, assim como alguns hóspedes do hotel.
Parete, cozinheiro do restaurante, tinha ido buscar um remédio no carro para a mulher, que permaneceu no hotel com os dois filhos do casal, de 8 e 6 anos.
"Enquanto eu caminhava para o hotel, ouvi ruídos e estalos e vi a queda da montanha sobre o hotel. A neve também me encobriu, mas parcialmente. Eu tentei ir para dentro, mas eu corria o risco de ficar preso. Então eu me agarrei a um ramo e consegui voltar para o carro", afirmou, segundo o “Corriere de la Sera”. A mulher e os filhos seguem sob os escombros.
Ações de socorro
As equipes de resgate demoraram a chegar ao local porque as vias de acesso estavam bloqueadas pela neve. As condições meteorológicas e a neve, que em alguns pontos alcança os dois metros de espessura, dificultaram o acesso a este local isolado na montanha.
Os primeiros socorristas alcançaram o local esquiando e a maioria das equipes seguia tentando chegar ao seu destino durante a manhã. Um helicóptero e um veículo equipado para a neve também conseguiram chegar ao local, segundo os serviços da defesa civil.
O responsável do corpo de Carabineiros Vincenzo Romeo considerou pouco provável achar sobreviventes no hotel italiano soterrado por uma avalanche devido ao risco de hipotermia. "Nos primeiros 15 minutos é possível sair com vida em 90% das vezes, depois se reduzem as chances e aumentam notavelmente as possibilidades de morrer por asfixia ou hipotermia sob a neve", disse Romeo, tenente-coronel do serviço de meteorologia, em entrevista à emissora pública italiana Rai, segundo a Efe.
O hotel está localizado no maciço do Gran Sasso (cerca de 1,3 mil metros de altura), na cordilheira dos Apeninos, de acordo com a Efe.
Depois dos fortes tremores registrados na manhã de quarta, a região continuou a registrar réplicas dos abalos durante o período da noite, segundo a BBC. Os tremores ocorreram depois que fortes nevascas atingiram as regiões de Abruzzo, de Marche e de Lazio por vários dias.
Histórico dos tremores
Em 23 de agosto de 2016, um terremoto de magnitude 6,2 atingiu as cidades de Amatrice, Accumoli e Norcia. Quase 300 pessoas morreram. Amatrice teve o maior número de mortos e ficou completamente destruída.
Ainda traumatizados por esse terremoto, a Itália enfrentou outros tremores fortes. Em 26 de outubro, três terremotos – um de magnitude 5,5, outro de 6,0, e um de 4,9 – atingiram a região central da Itália com cerca de quatro horas de intervalo.
Quatro dias depois, um 30 de outubro, um novo tremor de magnitude 6,6 deixou quase 8 mil desabrigados e destruiu construções históricas na região de Nórcia, no centro da Itália. Ele foi sentido do norte ao sul do país, de Bolzano, próximo à fronteira do país com a Áustria, à região de Puglia, no extremo sul. Esse terremoto foi o mais forte a atingir a península desde 1980.
Em 2009, um terremoto de magnitude de 6,3 matou mais de 300 pessoas em Áquila.
Fonte: G1
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