O padre Igor Damo, da Catedral Santo Antônio, em Chapecó (SC), é amante de futebol e torcedor da Chapecoense. Ele ficou famoso por ter “vencido”, em orações, o Papa Francisco, torcedor declarado do
San Lorenzo, da Argentina, que foi derrotado pelo time catarinense antes de chegar à final da Copa Sul-Americana.
“É um momento bastante difícil. Na nossa vida pastoral já enfrentamos muitas realidades de tristezas envolvendo nossas comunidades, as famílias e acidentes. O que aconteceu com a Chapecoense foi um acidente muito grande, envolveu muitas pessoas, então, para a comunidade onde a gente trabalha é uma missão”, disse Damo, vestido com a camisa da Chapecoense.
Tranquilo nas palavras, ele disse ter passado a manhã desta quarta-feira (30) preparando a oração que fará na Arena Condá, às 20h30, em memória dos mortos e feridos no acidente com o avião da delegação do time de Chapecó, que vitimou 71 pessoas e deixou seis feridos.
“Temos de acolher as famílias, presidir orações, conversar com funcionários da Chapecoense para incentivá-los a tomar as decisões mais adequadas e levar a palavra de Deus, que é uma palavra de esperança, um Deus que quer uma vida digna e justa para todos neste mundo terreno, mas que também nos promete a eternidade. A igreja leva essa palavra na crença da ressurreição, que é um conforto para as famílias”, disse Damo.
Ele tem 37 anos, cabelos cacheados e longos, mantém a forma correndo na esteira e jogando futebol com amigos da comunidade. “Estou há cinco anos na paróquia. Minha cidade natal é Planalto Alegre, que fica há 40 km de Chapecó. Sou filho de agricultores e desde pequeno ouvia falar da Chapecoense.”
Com essa influência desde pequeno ele demorou até a adolescência para se interessar pelo futebol. “A gente jogou no projeto Moleque Bom de Bola, no Índio Condá [antigo estádio da Chapecoense], mas depois veio a vocação religiosa. Hoje a gente joga com a comunidade, nas nossas brincadeiras com os grupos da cidade. Hoje não jogamos na Arena Condá, jogamos nos campos para amador mesmo, a Arena Condá é para profissional hoje.”
Perguntado se é bom de bola, ele não titubeou e respondeu: “Não sou bom de bola, me esforço para correr e para brincar, mas gosto de jogar no meio de campo”, disse o padre.
Damo contou que acompanha de perto o desenrolar dos acontecimentos pós-acidente. “A partir da pastoral urbana, que temos de atender todas as realidades, também nos fizemos presentes no estádio e comungamos dessa ascensão do time com a diretoria do clube. Estamos perto para fazer orações.”
O padre disse que a cerimônia da noite desta quarta-feira irá terminar no horário em que começaria a partida pela final da Copa Sul-Americana. “Será um momento de oração, de cantar uns hinos e refletir umas palavras de Deus. A partir das 21h45 o encontro será conduzido pela diretoria do clube junto aos torcedores.”
Fonte: G1
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