O Ministério Público Federal (MPF) informou na tarde desta sexta-feira (9), em Chapecó, que foi instaurado um inquérito, na área cível, para apurar a atuação da empresa aérea boliviana LaMia em
voos realizados no Brasil. No último dia 29, a queda de um avião da companhia que levava a delegação da Chapecoense e jornalistas deixou 71 mortos na Colômbia.
O objetivo, segundo o MPF, é cooperar com as investigações sobre as causas do acidente que vêm sendo conduzidas na Bolívia e na Colômbia. Nesta semana, o procurador da República em Chapecó Carlos Humberto Prola Junior e o procurador regional da República Wellington Saraiva estiveram em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para acompanhar os trabalhos.
Tanto na Bolívia como na Colômbia, foram instauradas investigações criminais de homicídio culposo (sem intenção) e lesões corporais.
Conforme a RBS TV, o procurador não detalhou quais clubes voaram com a empresa no Brasil. À rádio colombiana Digital Blu, o procurador-geral da Bolívia, Ramiro José Guerrero, afirmou em entrevista que pelo menos 25 times da Confederação Sul-americana (Conmebol) utilizaram voos da LaMia desde agosto, incluindo clubes brasileiros.
"O Ministério Público Federal deseja colaborar com os MPs da Bolívia e da Colômbia e colher informações que possam proteger os direitos das vítimas e de suas famílias", disse o procurador regional da República Wellington Saraiva.
Ainda não há prazo pra conclusão dos inquéritos. O Ministério Público Federal também vai acompanhar a situação da controladora boliviana, Célia Castedo Monasterio, que autorizou o plano de voo da Lamia. Ela está em Corumbá no Mato Grosso do Sul e formalizou pedido de refúgio no Brasil.
Gerente foi preso
O gerente da LaMia, companhia aérea responsável pelo avião que caiu na semana passada na Colômbia durante voo com o time da Chapecoense, será mantido em prisão enquanto durar a investigação sobre o caso, disse uma funcionária na quinta-feira, segundo a Reuters.
"A audiência de medidas cautelares ocorreu no Primeiro Tribunal de Instrução Anticorrupção da cidade de Santa Cruz, na qual os promotores fundamentaram a imputação e demonstraram os riscos processuais", disse a diretora nacional anticorrupção, Fanny Alfaro.
Gustavo Vargas foi detido na terça-feira e levado para delegacia, onde passou mal e teve que ser internado até a tarde de quarta-feira. O empresário é acusado de abandono do dever, uso indevido de influências e homicídio culposo, entre outros.
"Os promotores são uns mentirosos. Fiquei por responsabilidade, era fácil escapar e desaparecer", disse Vargas.
A aeronave levava a Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana na cidade colombiana de Medellín.
A queda do avião, aparentemente após ficar sem combustível, deixou 71 mortos e outras seis pessoas gravemente feridas. Entre as vítimas estão, além dos integrantes da Chapecoense, convidados da equipe.
Autoridades bolivianas suspenderam na semana passada a licença da LaMia. O jornal boliviano “El Deber” informou que a comissão de fiscais que analisa o acidente confiscou duas aeronaves da empresa, que estavam em um dos hangares da Força Aérea Boliviana (FAB), em Cochabamba, "com fins investigativos".
No fim de semana, o comandante da Força Aérea Boliviana, Celier Aparicio, afirmou que existe ação judicial aberta contra a companhia aérea devido a uma dívida correspondente a manutenção, no valor de 335.550 bolivianos (o que equivale a cerca de R$ 162.240).
Fonte: G1
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