O corpo do cabo Ivan Márcio da Costa Xavier, de 38 anos, está sendo velado na tarde desta terça-feira (27). Ivan foi assassinado com um tiro de fuzil durante um assalto
em Parnamirim, na Grande Natal. O cabo trabalhava na Polícia Militar havia 12 anos, era casado e tinha uma filha de dois anos de idade.
A mãe do policial, Edileuza Costa, falou à reportagem sobre a perda do filho mais velho. “Ele era tudo na minha vida, moço, tudo. Era um filho tão bondoso, tão bom, meu Deus, e de repente ir assim”, disse ela, em prantos.
Colegas de vários batalhões compareceram ao velório, entre os quais o tenente Moisés de Almeida, do 3º Batalhão da PM, que falou sobre as qualidades de Ivan. “Um policial exemplar, comprometido com a sua missão e, além do mais, um amigo”, ressaltou o tenente.
Com mais este caso, chega a seis o número de policiais militares, da ativa e da reserva, que foram mortos no Rio Grande do Norte em 2016. No ano passado foram sete PMs assassinados.
Crime
O policial militar morreu na tarde da segunda-feira (26) enquanto entrava em uma agência do Banco do Brasil, no bairro Cohabinal, para sacar dinheiro. Bandidos armados, que pretendiam roubar o malote de dinheiro de um rapaz que estava entrando no banco, acabaram atirando em Ivan e fugindo com o malote, disseram testemunhas. O rapaz não ficou ferido, mas o cabo levou um tiro de fuzil, que atravessou o colete à prova de balas e o atingiu no coração. Ele ainda foi socorrido ao hospital Deoclécio Marques, mas não resistiu ao ferimento.
O tenente-coronel Dimas Vicente da Silva, comandante do 3º Batalhão da PM, reafirmou a determinação da polícia em encontrar os culpados. “Infelizmente aconteceu esse fato lamentável, perdemos um excelente profissional, mas estamos à disposição da família e não vamos descansar enquanto não identificarmos, localizarmos e prendermos esses delinquentes”, declarou.
A quadrilha abandonou o carro usado no assalto, um HB20 branco, perto do hospital Deoclécio Marques. Testemunhas disseram que os assaltantes fugiram em outro carro com o dinheiro roubado. Um chaveiro foi chamado para abrir o carro. Policiais e peritos do Itep que inspecionaram o veículo constataram que ele foi adulterado.
Carro roubado foi adulterado, disseram peritos (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
Fuzil
O delegado Luiz Lucena acredita que a quadrilha seja especializada em assalto a banco. “Pelas informações que nós temos, realmente tinha mais de um fuzil. Eles devem ter acesso a informações porque sabiam que aquele malote ia chegar ali naquele horário”, explicou o delegado.
Para o presidente da Associação de Subtenentes e Sargentos da PM, Eliabe Marques, a luta entre policiais e criminosos é, às vezes, desigual, e o governo é o responsável. “Os gestores, os governos vêm sim acentuando os perigos dessa profissão quando não dão as condições adequadas de trabalho. Ivan estava com colete, mas a bala transfixou o colete”, destacou o policial.
À reportagem, a assessoria da Polícia Militar disse que o colete de Ivan, do tipo 3A, é padrão adotado em todo o Brasil e resiste a tiros de armas de calibre 38, 40 e até 9 mm, mas não de fuzil. Segundo a assessoria, um colete à prova de fuzil seria extremamente pesado e inviável para o trabalho nas ruas.
Enterro
Ivan será sepultado no Cemitério Público de Parnamirim, no bairro Monte Castelo, às 17h desta terça-feira.
Fonte: G1
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