Um dos vereadores acusados de integrar um esquema de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP), Capelas Novas (PPS) também é suspeito de ter se apropriado dos
salários de seus assessores, apontam as investigações da Polícia Federal.
No decorrer da Operação Sevandija, os agentes apreenderam R$ 164,3 mil em maços de dinheiro escondidos em um armário da casa dele.
As informações constam em um relatório da Polícia Federal obtido com exclusividade pelo Jornal A Cidade, ao qual o G1 teve acesso.
Único dos nove réus da Sevandija a ser reeleito, mas com mandato suspenso desde setembro, Capela Novas é acusado de ter negociado cargos terceirizados na administração municipal, através de indicações para a empresa Atmosphera, em troca de apoio político à prefeita Dárcy Vera (PSD) no Legislativo.
No decorrer da operação, a PF também levantou indícios de que um cabo eleitoral dele negociou apoio à sua reeleição com um traficante.
As iniciais do nome do vereador também aparecem em uma das notas de R$ 2 apreendidas no apartamento de Marcelo Plastino, dono da Atmosphera. Na análise da PF, as cédulas indicam a contabilidade de um esquema de pagamento de propina.
Novas também é um dos dez vereadores alvos de uma ação de investigação eleitoral que pede a perda de direitos políticos dos envolvidos por suspeitas de abuso de poder político e econômico nas eleições municipais deste ano.
Além da suspensão que o proíbe de entrar em prédios públicos por tempo indeterminado, uma eventual cassação requerida no mesmo processo pode impedi-lo de atuar no Legislativo no ano que vem.
Advogada de defesa de Novas, Claudia Seixas negou as denúncias, disse que já apresentou a defesa de seu cliente e que aguarda a decisão da Justiça.
Salários de assessores retidos
Documentos apreendidos no gabinete do vereador apresentam anotações que levantam a suspeita de que Capela Novas ficava com os salários de seus assessores parlamentares.
A PF encontrou expressões como "devolve", "devolveu" e "falta" relacionadas a nomes de funcionários e de valores.
Na interpretação dos investigadores, isso indica que "aqueles funcionários 'devolveriam' parte do salário para este investigado, ou, pior, Capela ficaria com todo o salário dos assessores e devolveria para estes parte do pagamento."
Em outro trecho do relatório, a PF destaca uma folha com sete nomes anotados abaixo da expressão "entra" relacionados a valores de vencimentos que somam R$ 28.140,00. Montante que, na análise da polícia, representa o que Capela teria obtido dos assessores em um mês.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o patrimônio declarado por Novas em 2016 é 199,29% maior do que nas eleições de 2012.
"Essa tabela e as anotações abaixo sugerem que o valor manuscrito de R$ 28.140,00 (vinte e oito mil cento e quarenta) abaixo da palavra 'Entra' representa valores que se incorporariam aos rendimentos mensais deste vereador", descreve o documento da Polícia Federal.
Durante a operação, os investigadores também apuraram que o vereador escondia R$ 164,3 mil em casa. Os maços de dinheiro, encontrados dentro do guarda-roupas do quarto e em uma pasta do parlamentar, foram apreendidos e submetidos a depósito judicial, segundo o relatório da PF.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!