Sergei Shoigu, ministro russo da Defesa, afirmou nesta terça-feira (1º) que a retomada das negociações de paz na Síria foi adiada de maneira indefinida devido à atuação de extremistas
apoiados pelas potências ocidentais.
Rebeldes armados têm atacado civis em Aleppo, segundo Shoigu, a despeito do cessar-fogo temporário promovido pela Rússia e pelo regime do ditador sírio, Bashar al-Assad.
"Dessa maneira, o início de um processo de negociação e o retorno à vida pacífica na Síria estão adiados por um período indefinido", afirmou o ministro da Defesa. "Está na hora de nossos colegas ocidentais decidirem quem estão combatendo: os terroristas ou a Rússia."
A retórica russa pode indicar a retomada, nos próximos dias, dos bombardeios sobre Aleppo.
O conflito em Aleppo tornou-se, nos últimos meses, símbolo da barbárie na Síria. O Exército tem mantido a região leste da cidade sob cerco, impedindo o acesso a suprimentos. As Nações Unidas consideram essa estratégia como um crime de guerra.
A situação é agravada por bombardeios russos, apesar de temporariamente interrompidos desde o dia 18. Navios de guerra, incluindo o único porta-aviões russo, estão se deslocando para a costa mediterrânea, e analistas supõem que serão utilizados para atacar Aleppo.
O ministro da Defesa afirmou-se surpreendido pela recusa de alguns países europeus de permitir o reabastecimento da frota russa a caminho da costa Síria. A Espanha não permitiu que as embarcações fizessem escala em Ceuta, um território espanhol na costa do Marrocos.
Ele disse, no entanto, que os contratempos não prejudicaram a missão naval.
A Rússia é o principal aliado do ditador Assad. Sua participação no conflito sírio é fonte de atrito com o governo americano e a União Europeia, que apostam pela derrubada do regime sírio.
Fonte: Folha de São Paulo
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