segunda-feira, novembro 28, 2016

Jogador trabalha como servente antes de ir aos treinos do Alecrim para o Estadual

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Em fevereiro deste ano, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou um estudo comprovando que se tornar um atleta profissional não dá garantia
de bolso cheio de dinheiro e de uma vida glamorosa. De acordo com o levantamento da entidade, mais de 80% dos futebolistas recebem até R$ 1 mil de salário. Mesmo assim, são muitos os jovens que respondem positivamente a pergunta feita pela banda Skank em uma de suas canções mais conhecidas. “Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?”

Na última sexta-feira (25) mais uma história de alguém em busca do sonho de brilhar nos gramados veio à tona. Durante o evento em que o Alecrim, o terceiro maior vencedor do Campeonato Potiguar com sete títulos, apresentou o seu grupo para o Estadual de 2017, apenas um atleta conseguiu dividir as atenções com a grande estrela da cerimônia, o ex-jogador Athirson Mazzoli, ídolo do Flamengo-RJ com passagens pela Seleção Brasileira, e que agora vai treinar o time alviverde.

O próprio Athirson foi o responsável para que um nome se destacasse entre os 23 jogadores apresentados no evento. Após viver a fama como jogador com a camisa de grandes clubes e da única seleção pentacampeã mundial, o agora treinador tem trabalhado com entidades pobres do futebol brasileiro. Antes do Alecrim, atuou no São Cristóvão, do Rio de Janeiro, e no Flamengo, do Piauí.

Athirson, durante o evento na Arena das Dunas, classificou o trabalho em clubes menores como “um grande aprendizado” e explicou que isso se dá pela vontade de vencer de quem trabalha nessas instituições. Em seguida mencionou o nome de um atleta – o único que citado por ele na ocasião.

“Esses jogadores têm um brilho dentro dos olhos para conquistas. Tem um atleta nosso, inclusive, que estava carregando cimento pela manhã e treinando à tarde. É o Pureza (nesse momento apontou para o jogador). Isso me motiva”, comentou  Athirson.

Após a entrevista coletiva do treinador, a reportagem procurou Pureza. O jogador de 24 anos foi anunciado pelo Alecrim como volante, mas garante que também atua como lateral direito. Seu nome de batismo é Ranielson Martins da Silva, e o apelido é uma homenagem à cidade que fica cerca de 70 km de Natal, onde o atleta nasceu e ainda reside.

“Tenho muito orgulho de ser purezense e de levar o nome de minha cidade pra onde eu vou”, declarou o jogador discreto, mas de boas palavras.

Homem de múltiplos trabalhos

Pureza conta que a carregar cimento, como citou o seu novo treinador, não é a única função a qual se dedica para conseguir remuneração. “Cara, sou do interior, de família humilde e preciso de recurso pra me manter. No caso que o professor (Athirson) falou, apareceu um serviço e eu fui pra poder ganhar um dinheiro. Eu trabalhava e depois ia correr, pois estava sabendo dessa possibilidade de jogar aqui, e que se concretizou”, revelou.

Além dos bicos, Pureza diz que, quando não se dedica ao futebol profissional, trabalha nos campos de várzea. “Nos fins de semana, atuo em campeonatos de futebol amador, que também pagam”, descreveu para em seguida se se definir como “pau pra toda obra, pro que der e vier”.

Sobre os elogios do treinador…

Pureza não nega a surpresa e a satisfação em ser elogiado pelo técnico alecrinense. Mas, ao mesmo tempo, sabe que precisa se dedicar para ganhar ainda mais a confiança do treinador e se firmar num time que já conta com 23 atletas e que aguarda a chegada de pelo menos mais sete já que a intensão da diretoria é com contar com 30 homens no elenco.

“Ele (Athirson) me citou como exemplo de determinação, de vontade, e isso é o que a gente deve ter abaixo de Deus. Além do foco no que a gente quer fazer. É sempre bom receber elogios de treinador, mas não podemos deixar se levar e achar que estamos garantidos porque futebol é feito de trabalho”, afirmou.

De volta às origens

Foi no próprio Alecrim que Pureza iniciou sua carreira no futebol profissional. O ano era o de 2013, aos 21 anos, e o jovem não foi aproveitado pelo clube presidido, na época, por Anthony Armstrong, que mais tarde afundou ainda mais a entidade. Sobre o período, o atleta se limita a dizer: “não tive oportunidade de jogar”.

Este será o quarto Estadual disputado por Pureza. Em 2014 e em 2016 vestiu outra camisa alviverde, a do Palmeira de Goianinha, rebaixado para a Segunda Divisão neste ano. Para 2017, o jogador espera “dá o melhor para alegrar o torcedor do Alecrim”.

Fonte: Portal Noar

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