O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não declarou à Receita Federal dinheiro supostamente seu mantido no exterior em empresa com sede nas Ilhas Virgens. Isso
pode gerar uma investigação por sonegação e lavagem de dinheiro contra o dirigente. Por meio da assessoria, o dirigente afirmou que todas suas movimentações financeiras foram declaradas no Imposto de Renda.
A ''Folha de S. Paulo'' revelou a existência de uma conta de Marco Polo Del Nero no HSBC Private International Private Bank, em Miami, entre 1999 e 2011. Então, o dinheiro foi transferido para conta da Danford Corporate Services, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal.
As informações constam de documentos enviados pelo FBI à Polícia Federal e analisados pela CPI do Futebol. Há indícios na investigação de que o dinheiro continuou a pertencer ao cartola após sair da sua conta, embora nas Ilhas Virgens.
No entanto, sua declaração de imposto de renda de 2013 não tem nenhuma informação sobre os recursos mantidos pela Danford, segundo apurou o blog. A conta da Danford foi encerrada justamente em 2013. À CPI, ele tinha negado ter contas no exterior.
Essa empresa tem como dono Silvio de Jesus Gaspar, que era proprietário da empresa RV Brasil Indústria Aeronáutica, com sede em Americana, interior de São Paulo. Há a possibilidade de que seu paradeiro seja investigado para saber sobre qual sua ligação com Del Nero.
A colaboração entre o FBI e a Polícia Federal do Brasil complica o dirigente brasileiro. Afinal, ele é indiciado nos EUA por corrupção, acusado de receber propina por contratos da CBF, assim como José Maria Marin. Há um inquérito sobre dirigentes da confederação no Brasil, mas a PF não tinha obtido ainda os dados dos EUA.
Não está claro, no entanto, o quanto os documentos norte-americanos terão validade para processos no Brasil. Há uma decisão judicial no país que impedia a troca de informações oficial entre os dois órgãos de Justiça por não terem sido aprovados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
''Não tem novidades em relação a isso. Mas isso não impede colaboração entre as polícias. A questão é que, para os dados terem valor em um processo, tem que ser levado ao STF para pedir autorização'', contou o advogado Michel Asseff Filho, que moveu a ação de bloqueio da troca de informações e defende Kléber Leite e o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira.
Por meio de sua assessoria, Del Nero negou que tenha escondido recursos no exterior. ''Sem exceção, toda e qualquer movimentação financeira, em qualquer país, foi e está declarada no IR e seus impostos recolhidos'', afirmou o dirigente, por meio da assessoria.
Fonte: Uol
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