Apesar de conseguir voltar a ser lucrativa, a Gol seguirá com uma estratégia conservadora de atuação no setor aéreo até 2018. A companhia vai devolver 13 aviões no quarto trimestre deste ano na
tentativa de enxugar a oferta de voos do mercado para pressionar a recuperação de tarifas. Outras cinco aeronaves serão devolvidas no ano que vem e a frota da empresa só voltará a crescer em 2018.
As projeções foram apresentadas nesta segunda-feira pelo presidente da empresa, Paulo Kakinoff, em teleconferência para apresentação dos resultados do terceiro trimestre. A Gol alcançou lucro líquido de R$ 66 milhões entre julho e setembro deste ano, revertendo resultado negativo de um ano antes de R$ 2,13 bilhões.
"Há ainda uma necessidade de disciplina de capacidade no mercado em 2017. A Gol liderou o movimento de redução de capacidade no mercado brasileiro desde 2012 e seria inconsistente fazer esse apontamento (de retomada do crescimento)", disse Kakinoff.
Ao fim de 2016, a Gol terá 122 aviões na frota, 18 a menos do que tinha em dezembro de 2015. A redução da frota viabilizou um movimento da empresa de corte de oferta de voos. Com isso, a Gol reduziu em 16% sua oferta de passagens aéreas à venda no mercado brasileiro nos nove primeiros meses do ano.
Cenário
O enxugamento dos voos foi uma medida tomada pelas empresas aéras para abrir caminho para o aumento de preços nas passagens aéreas. Só a Gol conseguiu elevar seus preços em 9,5% nos nove primeiros meses deste ano, segundo informações do balanço financeiro. O número em questão é medido por um indicador chamado yield, que calcula o preço pago por quilômetro voado.
Para o quarto trimestre de 2016, a tendência é de alta, de acordo com a Gol. "Vimos uma leve alta de preços no booking (reservas) de passagens para dezembro", disse o presidente da Gol, durante a teleconferência.
A expectativa da Gol para a variação de preços em 2017 é menos contundente. "Depende da estabilização do nível de oferta (de voos) nos patamares atuais", disse Kakinoff.
Ele explica que a Gol seguirá conservadora e reduzirá ainda mais a sua frota em 2017. Esse movimento, por si só, tenderia a elevar o preço das tarifas. A lógica de mercado é, quando a oferta cai e a demanda está estável ou cresce, há alta de preços.
No entanto, os preços do mercado dependem também do movimento das concorrentes. De acordo com Kakinoff, se as demais empresas - Latam, Azul e Avianca - voltarem a expandir a oferta de voos, a competição aumentará e a recuperação dos preços poderá não acontecer em 2017.
Fonte: G1
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