O Conselho de Ética da Câmara decidiu nesta quarta-feira (23) arquivar, por 11 votos a favor e nenhum contra, um processo aberto para apurar a conduta do
deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ).
O processo foi aberto neste ano a pedido do PSC, que queria a cassação de Jean Wyllys. A legenda argumentava que o deputado do PSOL havia quebrado o decoro parlamentar ao dirigir supostas ofensas aos deputados Marco Feliciano (PSC-SP), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) na internet.
Jean Wyllys publicou em uma rede social que o "discurso de ódio proferido por essas pessoas [os três deputados do PSC] pode levar pessoas de bem a praticar atos de violência física contra membros da comunidade LGBT".
O relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), recomendou o arquivamento por entender que a fala de Jean Wyllys não configurou "afronta" ao decoro parlamentar, não havendo, portanto, indícios suficientes ou "justa causa" para a continuidade do processo.
Delgado ressaltou, ainda, que, no texto, Jean Wyllys não responsabilizou Feliciano, Jair Bolsonaro ou Eduardo Bolsonaro pela prática de crimes. O relator também acrescentou que os parlamentares não têm a obrigação de justificar discursos proferidos fora da Câmara.
"Tal posicionamento é iminentemente político-ideológico", declarou o deputado no voto. Na opinião de Júlio Delgado, o parlamentar do PSOL condenou a ideologia defendida pelos três deputados do PSC, e não as pessoas em si.
A publicação
Na publicação em sua página do Facebook, Jean Wyllys fez referência ao ataque a uma boate gay em Orlando (EUA), em junho deste ano, quando 50 pessoas morreram.
"Delírios homofóbicos reproduzidos por políticos e líderes religiosos mentirosos - como a ideia de que gays, lésbicas e transexuais queremos impor uma 'ideologia de gênero' ou praticamos 'cristofobia' - podem levar a barbárie como a perpetrada, em atacado, na Flórida, mas também à praticada no varejo aqui no Brasil", escreveu o deputado do PSOL no Facebook, mensagem que motivou o pedido de cassação por parte do PSC.
Cuspe em Bolsonaro
Mesmo com o arquivamento do processo nesta quarta, Jean Wyllys é alvo de uma outra ação no Conselho de Ética da Câmara. O parlamentar é alvo de um processo por ter cuspido em Jair Bolsonaro na sessão da Câmara que analisou a admissibilidade do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
Fonte: G1
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