Apresentador do “Jornal Nacional” por 27 anos, entre 1969 e 1996, Cid Moreira representa a fase mais sisuda e conservadora do telejornal da Globo. Em parceria com Hilton Gomes e Sergio Chapelin, entre
outros, o locutor apenas lia as notícias atrás da bancada, sem alterar o tom de voz ou comentá-las.
Nem mesmo expressar sentimentos com o rosto, como um sorriso ou tristeza, era permitido. “Não cabia a informalidade”, disse ele a Amaury Jr., em entrevista exibida na noite de quarta-feira (02) na RedeTV!.
É uma situação muito diferente da vivida hoje por William Bonner, que anda pelo estúdio e faz graça com Maria Julia Coutinho, a Maju. Lembrado por Amaury que Boni, seu antigo chefe, não aprova esta informalidade toda, Cid disse: “Eu gostaria de estar vivendo esta época. Gosto de levar tudo na brincadeira. Isso descontrai. É o meu jeito de ser”, observou, não sem fazer uma ressalva. “Tudo em excesso não é bom”.
Outra revelação curiosa do locutor a Amaury teve a ver com a sua famosa e poderosa voz. “Não gostava da minha voz, um dia ela estava bem, outro dia não estava. Agora, tenho absoluto controle dela. Modéstia à parte, tá bem melhor hoje.”
Ao 89 anos, e 72 de carreira, Cid Moreira mantém o hábito de ficar com um pedaço de gengibre na boca. Ajuda a voz, ensinou. O locutor contou que ainda sonha com o tempo em que foi apresentador do JN: “Até hoje tenho pesadelo. Sonho que a letra (do teleprompter) apagou”.
Fonte: Uol
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