Embora diga que não guarda mágoas por ser um homem “espiritualizado”, Antônio Campos (PSB), irmão do ex-governador
Eduardo Campos, não poupou críticas contra a viúva de seu irmão, Renata Campos. Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (1º), o socialista, que perdeu as eleições em Olinda, descarregou o verbo contra a ex-cunhada que segundo ele é uma “ingrata” e nunca gostou da família Campos: “Ela quer acabar com a família Campos.”
Em um programa de auditório do SBT, o Casos de Família, que trata de brigas entre parentes, sempre um psicólogo no fim conversa e tenta resolver a celeuma, quase sempre consegue. Mas essa briga familiar em Pernambuco é mais complexa por perpassar interesses políticos. Da continuidade de um grupo histórico no Estado, os Arraes e, desde 2006 com a eleição de Eduardo, os Campos. Esses dois sobrenomes formam o grupo político Arraes/Campos.De um lado, figuram o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, o prefeito reeleito do Recife, Geraldo Julio, ambos do PSB, e o clã da família Campos formado por Eduardo, a ex-mulher e os cinco filhos. Do outro, nestas eleições, ficaram Antônio e sua mãe, ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes.
“Ela finge não mandar, em uma pretensa imagem de frágil enquanto fica mandando nos bastidores”, acusou contra Renata. A chateação de Tonca, como ele também é conhecido, vem pelo fato de se sentir traído pelo PSB de Pernambuco por não ter sido apoiado na sua primeira tentativa eleitoral, que acabou no segundo turno pela Prefeitura de Olinda. “Não ter apoiado não. Ter prejudicado. Antes fosse só falta de apoio”, afirmou momentos antes da coletiva.A briga nos bastidores – e agora publicamente – é pelo legado político de Eduardo. Enquanto os afilhados de Eduardo no Estado e na capital preparam terreno para a “maioridade” do filho mais velho do ex-governador, João Campos, Antônio tenta ocupar um espaço de liderança no presente. Para se lançar em Olinda, contou com a articulação nacional vinda de São Paulo – do presidente do PSB, Carlos Siqueira – e de Ana Arraes. Coube aos dirigentes socialistas locais engolir Tonca.
Internamente, uma fonte ouvida de dentro do Palácio e outra aliada de Antônio, ambas em reserva, indicaram que a resistência partia fortemente de Renata Campos, que prepara João, chefe de gabinete de Paulo, para seguir os caminhos do pai e se lançar deputado federal em 2018.Mas de acordo com Antônio, Renata quer acabar com a família não só politicamente como também o laço afetivo entre eles. “Minha mãe, Ana Arraes fez um apelo para Renata em nome da união da família, mas ela não fez nada”, afirmou, deixando claro ser um pedido pela família, e não pela candidatura dele.
Fonte: NE10
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