Alvo da Operação Lava Jato, o advogado Rodrigo Tacla Duran foi preso em Madri, na Espanha, no começo da noite desta sexta-feira (18), por policiais espanhóis.
Duran estava nos Estados Unidos, de onde partiu em voo comercial na terça (15), para Espanha. O advogado era considerado foragido da Justiça Brasileira e figurava entre os procurados pela Interpol.
No último dia 10 de novembro, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na 1ª instância, decretou o bloqueio de até R$ 20 milhões de Rodrigo Tacla Duran, um dos alvos da 36ª fase da operação. Existe um mandado de prisão preventiva contra o advogado que não foi cumprido, segundo a Polícia Federal (PF), porque ele está no exterior. “Não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita. O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até o montante dos ganhos ilícitos”, afirmou Moro.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele é suspeito de ter trabalhado por anos no setor de propinas da Odebrecht e de ter operado pelo menos 12 contas no exterior.
Ainda conforme as investigações, Duran e o lobista Adir Assad – também alvo desta mais recente fase – foram responsáveis por “lavar” R$ 50 milhões de recursos ilícitos de empresas investigadas na Lava Jato.
"Valores das contas secretas da Odebrecht mantidas no exterior eram repassadas sucessivamente para as contas secretas no exterior de Rodrigo Tacla Duran e que, por sua vez, providenciava a disponibilização do equivalente em reais no Brasil", afirmou Moro.
Ainda de acordo com o juiz, o dinheiro em espécie era utilizado para realizar pagamentos ilegais para agentes públicos.
"O quadro indica, em cognição sumária, que Rodrigo Tacla Duran seria, assim como Adir Assad, um profissional da lavagem de dinheiro, envolvido em diversos esquemas criminosos. Teria recebido, nas contas de suas empresas e ainda em contas secretas no exterior, valores de três empreiteiras envolvidas: Mendes Júnior, UTC e Odebrecht".
Adir Assad está preso na PF, em Curitiba. Ele já foi condenado na Lava Jato por crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa a penas de nove anos e dez meses de reclusão. A mesma medida de confisco não foi adotada em relação a Assad porque isso ocorreu em outra fase.
As suspeitas
Para os investigadores, depois de informações colhidas com delatores e com a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Duran e Assad, ficou claro que a dupla participou ativa e continuamente do esquema criminoso envolvendo a Petrobras.
Ainda conforme os investigadores, os operadores usaram contas bancárias no exterior, empresas de fachada e contratos falsos para desviar e lavar dinheiro.
Segundo o MPF, só a UTC e a Mendes Junior repassaram mais de R$ 34 milhões ao operador entre 2011 e 2013. Já os valores relacionados à Odebrecht ainda não foram totalmente apurados, conforme o MPF.
Fonte: G1
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