Em uma operação nesta terça-feira (18) para desarticular "grupos criminosos que exerciam cargos políticos", segundo a Polícia Federal, foram presos três vereadores de Saquarema, na
Região dos Lagos: o presidente da Câmara, Romacart Azeredo de Souza; o vice-presidente, Vanildo Siqueira da Silva; e Paulo Renato Teixeira Ribeiro.
As investigações indicam que políticos ocupavam cargos públicos, segundo a polícia, "na base do chamado 'coronelismo', muitas vezes cooptando votos em troca de benefícios irregulares". Além de responderem criminalmente, ainda de acordo com a PF, os vereadores investigados terão os mandatos cassados. No total, são 5 mandados de prisão e 7 de condução coercitiva (quando o suspeito é conduzido pela polícia para depor) expedidos pela Justiça.
A PF faz diligências, ainda, para prender os parlamentares Guilherme Ferreira de Oliveira, o "Pitiquingo" e Hamilton Nunes de Oliveira, vulgo "Pítico", que era candidato à prefeitura de Saquarema e pai de um dos vereadores.
De acordo com o delegado Elias Escobar, chefe da delegacia da Polícia Federal de Niterói, além dos benefícios oferecidos também havia oferecimento de dinheiro. As investigações começaram no dia 13 de setembro, já no decorrer da campanha eleitoral deste ano.
Ainda de acordo com o investigador, há uma interceptação telefônica de um dos investigados com o líder religioso em na qual o investigado diz que irá fazer um encontro com o pastor na sede da igreja que ele preside. "Um determinado candidato diz que ia lá participar da sessão e em algum momento ia se reunir com os fiéis pra oferecer uma vantagem, logicamente indevida", disse o delegado Elias.
O pastor está entre as pessoas que devem ser conduzidas à sede da PF de Niterói para prestar esclarecimentos, mas, segundo o delegado, até as 10h30 desta terça-feira, ela ainda não havia sido encontrado pois há alguns homônimos pastores na região.
Entre os crimes pelos quais vereadores os investigados podem ser indiciados estão: captação de sufrágio (corrupção eleitoral), com pena de reclusão até 4 anos; associação criminosa, com reclusão de 1 a 3 anos; transporte irregular de eleitores, com reclusão de 4 a 6 anos; boca de urna, pena de 6 meses a um ano; e crime de falsidade do atestado médico, com pena de 1 mês a 1 ano.
A suspeita é que os investigados realizavam boca de urna e compravam votos, tendo como contrapartida a distribuição de diversos bens, entre eles medicamentos e combustível, fornecimento de atestados médicos e receitas médicas controladas em branco, assim como benefícios em um hospital de grande porte.
Foi detectado também que um líder religioso teria aceitado dinheiro com a finalidade de fazer campanha para candidatos durante ato religioso. Os mandados foram expedidos pela 62ª Zona Eleitoral de Saquarema.
Fonte: G1
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