A fraude no Sistema Único de Saúde (SUS) investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) envolvia vereadores e um
servidor do estado, segundo a apuração. Segundo o promotor Alexandre Graziotin, políticos intermediavam o contato entre pacientes e um servidor com acesso ao sistema de marcação de exames para furar a fila no Hospital Celso Ramos, de Florianópolis. Os nomes não foram divulgados.
(Correção: Inicialmente, o G1 chegou a informar que os políticos davam dinheiro a pacientes, que repassavam esses valores ao servidor que tinha acesso ao sistema de marcação de exames. No entanto, segundo o promotor Alexandre Graziotin, o dinheiro pago saía do bolso do próprio paciente. A informação foi corrigida às 18h45.)
O objetivo dos políticos, segundo a investigação, era "fidelizar" o voto dos eleitores. As investigações começaram em novembro de 2015. A operação foi chamada de "Ressonância", um dos exames pelos quais os pacientes pagavam para furar a fila.
Nesta segunda-feira (24), foram cumpridos sete dois oito mandados de prisão temporária expedidos, três de condução coercitiva e 19 de busca e apreensão. Foram apreendidos computadores e outros objetos em clínicas, no próprio Hospital Celso Ramos e em imóveis particulares.
Dinheiro com pedido médico
No esquema, segundo o Gaeco, os pacientes levavam um envelope com o dinheiro, o pedido do médico e o cartão do SUS. Entre R$ 200 e R$ 600 eram pagos para o servidor do estado passar pessoas na frente na fila de exames de ressonância magnética e tomografia.
Quatro vereadores de Biguaçu e São João Batista, municípios da Grande Florianópolis, são investigados suspeitos de envolvimento.
Pelo menos 50 exames foram adiantados com fraude. As negociações ilícitas eram feitas nos fundos do hospital, em um lugar conhecido como "barraco", ou em um quiosque perto da unidade de saúde.
A princípio, conforme o Gaeco, médicos e pessoas que trabalham no quiosque não têm nenhum envolvimento. Assinaturas e carimbos de médicos foram falsificados. A denúncia do esquema partiu da própria Secretaria de Estado da Saúde.
Cumprimento de mandados
Os mandados foram cumpridos nos municípios de Palhoça, Biguaçu, São João Batista, na capital e Major Gercino, todos na Grande Florianópolis. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina, a única pessoa que tinha mandado e não foi foi presa afirmou através de advogado que vai se apresentar nesta terça (25).
Os três que foram conduzidos coercitivamente foram interrogados na tarde desta segunda. Os crimes apurados são falsidade ideológica, inserção de dados falsos nos sistemas de informação, corrupção passiva e crimes eleitorais.
Fonte: G1
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