O padre Moacir Anastácio de Carvalho, citado na operação Lava Jato por ligação com o ex-senador Gim Argello, afimou nesta sexta-feira (14) que pretende devolver a
doação de R$ 350 mil feita pela empreiteira OAS à Paróquia São Pedro, no Distrito Federal. De acordo com a apuração da PF, o dinheiro é fruto de pagamento de propina da construtora ao ex-senador, condenado a 19 anos de prisão.
A doação suspeita fez com que o pároco fosse chamado à sede da PF em Curitiba para prestar depoimento. Padre Moacir é responsável pelo centro de evangelização da comunidade Renascidos em Pentecostes, na zona rural de Ceilândia. O local é construído com o dinheiro de doações – uma delas, feita pela OAS.
A direção da Paróquia São Pedro diz estudar a possibilidade de devolver o dinheiro supostamente ilegal. Advogado do padre, Welington Medeiros afirmou que pretende marcar uma audiência com o juiz Sérgio Moro, em Curitiba, para negociar os detalhes.
Em troca, o advogado pede que o padre e a paróquia não sofram nenhuma repercussão processual. Por meio do advogado, o padre afirmou, que, se soubesse a origem ilícita do dinheiro, não teria aceitado a doação.
O templo em Ceilândia tem instalações de hotel, refeitório para 3 mil pessoas, estacionamento para 5 mil carros e capacidade para 10 mil pessoas. As obras estão praticamente concluídas. Funcionárias do local dizem que não têm autorização para falar com a imprensa e que apenas o padre poderia responder aos questionamentos.
De acordo com o juiz federal Sérgio Moro, o dinheiro fazia parte de uma propina cobrada pelo ex-senador, a fim de manter diretores da OAS longe de prestar depoimentos na CPMI da Petrobrás, em 2014. Argelo era vice-presidente da comissão.
Em agosto, o padre Moacir confirmou o recebimento da doação feita por intermédio do ex senador. “É feita com a intermediação de fiéis, promoção de artigos religiosos e doações de empresas e pessoas. A equipe pediu para ele arrumar empresários para nos ajudar, em 2014 ele arrumou a empresa OAS”, disse o padre, em depoimento ao juiz Sergio Moro.
Fonte: G1
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