As ocorrências por dano e por lesão registradas pelos policiais militares após a confusão na Escola Estadual Santos Dumont durante o voto da ex-presidente Dilma Rousseff, no
domingo (2), em Porto Alegre, foram encaminhadas pela Polícia Civil para a Polícia Federal.
Um dos policiais prestou queixa por agressão após relatar ter sido atingido por um vaso de flores. No entanto, o delegado da Polícia Civil André Mocciaro, preferiu não detalhar se o PM disse quem teria sido o responsável pela agressão, uma vez que o caso será conduzido pela PF.
A Polícia Federal, por sua vez, disse que investigações de cunho eleitoral são deteriminadas pela Justiça, que solicita a abertura, ou não, de um inquérito.
Imagens do momento da confusão mostram uma mulher trajando camisa vermelha, que seria Silvana Conti (PC do B), vice na chapa do PT à Prefeitura de Porto Alegre, atirando um arranjo de flores contra um dos policiais que faziam a segurança da escola.
Os policiais foram acionados pela Justiça eleitoral, que havia determinado que jornalistas não poderiam acompanhar o voto de Dilma Rousseff na seção eleitoral. No entanto, após a chegada da ex-presidente, teve início um tumulto no local. Correligionários do PT, como Miguel Rosseto, Raul Pont e Adão Villaverde, relataram que Silvana foi agredida por um dos policiais.
O G1 tentou contato com Silvana por meio de seu celular e também através de sua assesoria de imprensa, mas ninguém foi encontrado. Logo depois, o PC do B enviou uma nota por e-mail, dizendo que "Silvana foi gravemente agredida, o que resultou em lesões corporais. No momento da agressão, Silvana apenas defendeu-se."
"A medida imposta pelo Sr. Juiz eleitoral Niwton Carpes da Silva foi mais um episódio de ataque à democracia e tem colaborado para reforçar a criminalização da esquerda e de suas lideranças. Nós do PCdoB não toleraremos que uma dirigente e liderança popular como Silvana seja vítima duas vezes, a primeira quando agredida fisicamente, e a segunda por um julgamento público que visa somente reforçar a criminalização dos nossos partidos e da esquerda", continua a nota.
O juiz eleitoral citado na nota do PC do B disse após a confusão, ainda na escola, que Dilma votaria como qualquer outro cidadão, e por isso a imprensa não poderia acompanhar o momento em que ela registrava o seu voto. O tumulto teve início logo depois que a entrada do local foi bloqueada por policiais militares, deixando tanto jornalistas como políticos e eleitores do lado de foram após a ex-presidente entrar.
A diretora da escola, Maritza de Azambuja Lima, disse que o saldo da confusão foram vidros quebrados e o trinco do portão da escola danificado. No local estudam cerca de 580 alunos do ensino fundamental ao médio.
“Vamos reunir as informações sobre os danos para anexar ao processo”, afirmou a diretora. “Para que alguém possa ressarcir, consertar o portão, pelo menos isso… a situação das escolas públicas estaduais é complicada, e não temos como arrumar isso agora. Um aluno deu uma arrumada, mas ainda não ficou bom”, continuou, temendo que ação de criminosos seja favorecida pela facilidade entrar sem o trinco do portão.
O comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), coronel Alexandre Brite da Silva, afirmou que não será instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a atuação dos PMs. "É um crime comum e, por isso, foi encaminhado para a Polícia Civil."
O oficial explica que os agentes passaram por exame de corpo de delito e depois registraram ocorrência na 6º Delegacia de Polícia. O comandante observou ainda que, apesar das agressões, os PMs estão "aptos para trabalhar".
Fonte: G1
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