O furacão Matthew segue em direção ao norte da Flórida e aos Estados de Geórgia e Carolina do Sul nesta sexta-feira (7), depois de
ter deixado mortes e destruição no Caribe durante a semana. No Haiti, as agências oficiais governamentais registram pelo menos 842 mortos.
No sul da Flórida, uma mulher de 58 anos morreu depois de sofrer um ataque cardíaco e não conseguir receber atendimento. Ela morava em Saint Lucie, a 180 quilômetros ao norte de Miami, e não pôde ser levada a um hospital e nem receber atendimento dos serviços de emergência devido aos efeitos do furacão.
As informações chegavam aos poucos das áreas remotas que ficaram isoladas devido à tempestade, e ficou claro que ao menos 175 pessoas morreram em vilarejos concentrados entre as colinas e o litoral do fértil extremo oeste do Haiti. Cerca de 61.500 pessoas estão em abrigos.
O Matthew fez o mar chegar a vilarejos costeiros frágeis, alguns dos quais só agora estão sendo contatados. Ao menos três cidades relataram dezenas de baixas, incluindo Chantal, vilarejo de plantio situado em uma colina cujo prefeito disse que 86 pessoas morreram, a maioria quando árvores esmagaram suas casas. Segundo ele, 20 outras pessoas estão desaparecidas.
"Uma árvore caiu na casa e a derrubou, a casa inteira caiu em cima de nós. Eu não conseguia sair", disse o motorista Jean-Pierre Jean-Donald, de 27 anos, que estava casado há um ano.
"As pessoas vieram retirar os destroços, e depois vimos minha esposa, que havia morrido no mesmo local", contou Jean-Donald ao lado da filha, que gritava "mamãe".
Dezenas de outras pessoas estão desaparecidas, muitas das quais na região de Grand'Anse, no lado norte da península.
A cidade litorânea de Les Anglais também perdeu "várias dezenas" de moradores, informou o representante do governo central, Louis-Paul Raphael, à Reuters.
Em entrevista nesta manhã para comentar o efeito do terremoto nos EUA, o presidente Barack Obama pediu que os americanos ajudassem o Haiti, por meio da Cruz Vermelha ou de outras organizações humanitárias.
"O Haiti é um dos países mais pobres do mundo, que tem sido atingido por vários desastres naturais, com propriedades danificadas e centenas de mortos. Qualquer pequena contribuição pode ajudar", disse.
Preocupação real
Sobre os EUA, Obama afirmou que os centros populacionais do sul da Flórida tinham "escapado do pior" do furacão Matthew, mas disse que as tempestades e enchentes continuam sendo uma preocupação real.
Ele se reuniu com seus assessores e foi informado sobre a evolução de Matthew pelo chefe da Agência Federal para a Gestão de Desastres (Fema, sigla em inglês), Craig Fugate.
"Ainda estamos na parte frontal" do furacão, ressaltou Obama, ao acrescentar que serão necessários "três, quatro, cinco dias" até que se possa saber onde será o último impacto do furacão.
Ele também alertou a população do norte da Flórida, cujo centro populacional é a cidade de Jacksonville, da Geórgia e da Carolina do Sul. "Acho que a maior preocupação neste momento não é apenas a força dos ventos do furacão, mas um aumento das tempestades e enchentes. Eu enfatizo que este ainda é um furacão muito perigoso", disse.
Obama pediu que os americanos seguissem sempre a orientação das autoridades e estar alerta a qualquer pedido de saída. "Se mandarem sair, é preciso sair. As tempestades movem muito rapidamente. A situação ainda é muito perigosa, existe potencial para enchentes intensas", disse Obama.
O presidente lembrou o furacão Sandy, de 2012, que no início não parecia tão intenso e depois causou várias enchentes.
O pedido de Obama para que as pessoas respeitem o alerta das autoridades foi endossado pelos governadores da Flórida, Rick Scott, e da Carolina do Sul, Nikki Haley. (Com agências internacionais)
Fonte: Uol
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