Dois fugitivos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Jardinópolis (SP) afirmaram que a rebelião na unidade prisional foi causada pela insatisfação dos presos com as medidas punitivas adotadas pela direção do presídio, como a suspensão das visitas.
A dupla foi recapturada junto com outros dois detentos em um canavial, quase oito horas após a fuga em massa. O número exato de presos que fugiram não foi informado, mas 295 já haviam sido recuperados até a noite de quinta-feira (29), segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).
Questionada sobre as punições denunciadas pelos detentos, a SAP não comentou o assunto até as 8h20 desta sexta-feira (30).
“Eles estão cortando a nossa visita sem motivo nenhum. Batem em nós. Qualquer coisa, eles cortam a nossa visita. Querem ficar batendo em nós, arrastar nós para o [regime] fechado. Não tem nada de benefício na cadeia”, disse um dos presos.
O homem contou que o motim teve início porque no início da manhã de quinta-feira todos os presos foram colocados no pátio para a revista de rotina, sem agasalhos e sem terem recebido o café da manhã, o que gerou descontentamento.
“Eles fizeram a gente levantar cedo, na contagem, deixaram no frio, sem manta, sem nada, não pagaram nosso café. Do nada o negócio virou. Lá, a gente estava sem a nossa visita. A gente estava sendo prejudicado”, afirmou.
O outro detento confirmou a versão e destacou que o grupo não tinha a intenção de fugir, uma vez que cumprem regime semiaberto. Ele e os outros três fugitivos que foram recapturados estavam deitados no canavial, quando foram flagrados pela Polícia Militar.
“Está a maior pressão lá. Naquela cadeia não dá para ficar. A gente só fugiu... Não é culpa nossa, não. Todo mundo se rebelou. A gente não sabe como a gente ia estar lá, se a gente ficasse lá. A gente não sabe o que ia acontecer. É tudo louco, nós saímos correndo”, disse.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!