Uma pessoa foi baleada e quatro agentes da polícia ficaram feridos, na segunda noite de protestos na quarta-feira (21) após a polícia matar a tiros um homem negro um
dia antes. Um manifestante foi baleado por um civil no centro da cidade pouco depois das 20h (hora local), segundo a prefeitura de Charlotte, e estava internado. O governador da Carolina do Norte, Pat McCrory, decretou estado de emergência na cidade.
O Departamento de Polícia de Charlotte-Mecklenburg “não disparou o tiro” que feriu o homem na noite de quarta-feira, segundo a prefeitura. Os policiais feridos não corriam risco de vida, de acordo com a polícia local. O governador McCrory, ex-prefeito de Charlotte, condenou em comunicado os protestos violentos e disse que a patrulha estadual de estradas estava enviando tropas para ajudar a polícia da cidade, se necessário.
A manifestação começou pacífica, com uma vigília em um parque do centro. Alguns manifestantes, porém, deixaram o parque e marcharam pelas ruas, entrando em confronto com a polícia. Garrafas d’água foram lançadas contra os policiais, viaturas foram perseguidas e a polícia respondeu com gás lacrimogêneo. Quando um homem caiu na rua, não ficou claro inicialmente se ele havia sido atingido pela polícia ou por outra pessoa presente.
Os protestos violentos continuaram por volta da meia-noite no distrito central de negócios da cidade, perto do hotel Ritz-Carlton e a uma quadra da arena onde joga o time de basquete Charlotte Hornets. Janelas de restaurantes e hotéis foram destruídas e a polícia atuou para retomar o controle das ruas.
Os protestos violentos começaram na terça-feira, após Keith Lamont Scott ser morto a tiros pela polícia em um estacionamento de um complexo de apartamentos no norte de Charlotte. A polícia diz que Scott estava armado e ignorou os comandos para que largasse a arma. Algumas lideranças pelos direitos civis locais, porém, mostravam ceticismo com a versão policial e familiares disseram que a polícia acossou o homem enquanto ele lia um livro em seu carro e esperava para pegar um de seus filhos na escola.
Na terça-feira, os protestos deixaram 16 policiais feridos e viaturas e outros veículos danificados. A viúva de Scott, Rakeyia Scott, disse em comunicado na quarta-feira que a família “tinha mais perguntas que respostas” sobre a morte, mas pediu que as manifestações fossem pacíficas.
Os policiais disseram que tinham um mandado contra outro homem quando se aproximaram de Scott, que deixou seu carro com uma arma, voltou para o carro e saiu novamente. Scott foi baleado por Brentley Vinson, um policial negro com dois anos de experiência, na presença de vários outros agentes, disse a polícia.
A morte de Scott ocorre após uma série de episódios que reforçaram a tensão nos Estados Unidos entre as comunidades de minorias e os agentes de segurança.
Fonte: Estadão
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