A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) de Cuiabá identificou 20 novas vítimas de uma suposta organização criminosa que, com a participação do vereador
cassado e advogado João Emanuel Moreira Lima, aplicou golpes milionários em empresários. Segundo a polícia, as vítimas identificadas são dos estados de São Paulo, Bahia, Espírito Santo e do interior de Mato Grosso. Os prejuízos, com os golpes, ultrapassam os R$ 50 milhões.
De acordo com o delegado Diogo Santana Souza, da GCCO, os contratos apreendidos durante a operação ainda estão sendo analisados e novas vítimas devem ser identificadas. “Muitos contratos e documentos foram apreendidos na sede. A polícia ainda está investigando todos os papeis”, afirmou.
Em um dos golpes, uma vítima afirma que o vice-presidente da empresa Soy Group, João Emanuel, teria utilizado um 'falso chinês' para ludibriá-lo em um suposto investimento com parceria com a China, fazendo com que o investidor emitisse 40 folhas de cheque, que juntas somam o valor de R$ 50 milhões.
Na Bahia, segundo o delegado, representantes de um sindicato de moto taxistas procurou a polícia e alegaram que foram lesados pelo grupo criminoso. O prejuízo ainda não foi calculado. No interior de Mato Grosso, foram identificadas vítimas nos municípios de Primavera do Leste, Vera e Sinop.
João Emanuel foi preso na sexta-feira (16) e encaminhado ao Centro de Ressocialização de Cuiabá, conhecido como Carumbé. A prisão foi decretada nos autos da ação penal resultante da operação Aprendiz, deflagrada em 2013. O G1 não conseguiu contato a defesa de João Emanuel.
O ex-vereador chegou a ser preso dentro de um hospital durante a operação Castelo de Areia, que investiga os crimes de estelionato praticados pela suposta organização criminosa, mas teve a prisão convertida em domiciliar, após determinação judicial.
Operação Aprendiz
A Operação Aprendiz investigou a atuação de um grupo acusado de cometer crimes de falsidade ideológica, estelionato, crime contra a Administração Pública, grilagem de terras e adulteração de documentos de veículos.
A organização criminosa, segundo a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual (MPE), era liderada pelo ex-vereador. Além dele, outras sete pessoas figuram como réus no processo.
As investigações apontavam que o ex-vereador seria suspeito de envolvimento em fraudes em licitações e falsificação de documentos de terrenos que seriam dados como garantia a agiotas para obter dinheiro para ser usado na futura campanha dele a deputado estadual em eleições futuras.
João Emanuel foi flagrado em uma gravação em vídeo tendo uma conversa de negociação de suposta fraude de um contrato de licitação do Legislativo municipal com uma pessoa que seria responsável por uma empresa gráfica. As imagens foram usadas durante as investigações do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPE.
O dinheiro que seria desviado no processo licitatório também serviria para garantir que a falsificação uma escritura pública de compra e venda de imóveis não viesse à tona e trouxesse implicações ao ex-vereador.
Fonte: G1
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