A Polícia Federal prendeu duas pessoas em Brasília e uma em Xangri-lá, no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (13) em uma operação contra uma organização
criminosa que prometia fraudar urnas eletrônicas nas eleições municipais deste ano. Após a ação, a PF informou ter constatado que era um caso de estelionato porque não há indícios de que eles poderiam conseguir interferir nos equipamentos.
Segundo a PF, a denúncia partiu de um prefeito de um município na região metropolitana de Porto Alegre. Os suspeitos afirmavam que tinham contrato com uma empresa que atualiza o software das urnas eletrônicas e cobravam R$ 5 milhões para supostamente fraudar a eleição para prefeito e R$ 600 para a de vereador, diz a corporação.
Na operação, batizada de Clístenes, também foram cumpridos três mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para depor) em Xangri-lá e Canoas, no Rio Grande do Sul, e Piripiri, no Piauí. Os policiais também cumpriram cinco mandados de busca e apreensão, em Canoas, Xangri-lá, Goiânia (GO), e dois em Brasília.
Os presos vão ser indiciados pelos crimes de estelionato e organização criminosa. Eles serão julgados pela Justiça Federal e podem pegar de 4 a 13 anos de prisão.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, a urna eletrônica passa por inspeção antes de ser lacrada a fim de coibir fraudes contra o equipamento.
Policiais federais cumprem mandado durante operação para combater organização criminosa que prometia fraudar eleições (Foto: Polícia Federal/Divulgação)
Segurança
As urnas eletrônicas que serão usadas neste ano passaram por um primeiro teste de segurança em março deste ano. Na ocasião, ao avaliar diversos itens das urnas, técnicos encontraram duas “vulnerabilidades” no sistema, que, segundo a equipe de tecnologia do próprio tribunal, seriam corrigidas.
Em um dos testes, um dos grupos de investigadores conseguiu instalar um gravador de áudio na urna adaptada para deficientes visuais, em que uma voz eletrônica comunica para o eleitor suas opções.
Assim, se alguém interessado em quebrar o sigilo do voto obtivesse a ordem dos eleitores que votaram naquela urna, seria possível saber como cada um votou, ao fazer a correspondência entre a gravação e a lista dos votantes.
Um outro grupo de técnicos externos conseguiu adulterar um código eletrônico que aparece na contabilização dos votos de uma urna reserva que quebrou durante a votação. Assim, poderia adulterar o resultado da votação daquela seção eleitoral específica.
Fonte: G1
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