O juiz federal Sérgio Moro mandou soltar, nesta segunda-feira (26), todas as pessoas detidas na 34ª fase da Lava Jato, que estavam presas temporariamente desde a
quinta-feira (22), na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba.
Foram libertados: Luiz Eduardo Neto Tachad, Ruben Maciel da Costa Val, Danilo Baptista, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, Julio César Oliveira Silva, Luiz Claudio Machado Ribeiro e Francisco Corrales Kindelan.
Moro determinou que os investigados não podem deixar suas casas por mais de 30 dias e nem o país sem autorização. O juiz não aceitou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para conventer em preventiva a prisão de Julio César Oliveira Silva.
A 34ª fase, batizada de Arquivo X, investiga a contratação, pela Petrobras, de empresas para a construção de duas plataformas de exploração de petróleo na camada do pré-sal, as chamadas Floating Storage Offloanding (FSPO´s). O valor do contrato foi de US$ 922 milhões, de acordo com os investigadores.
O ex-ministro Guido Mantega, dos governos Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, também foi preso nesta fase da operação, mas teve a prisão revogada por Moro, pouco tempo depois.
Investigações
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o consórcio Integra Ofsshore, formado pela Mendes Júnior e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas, em 2012.
As consorciadas, ainda segundo o MPF, viabilizaram a contratação pela Petrobras mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos.
As investigações apontam a transferência de cerca de R$ 7 milhões, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior para um operador ligado a um partido político e à diretoria Internacional da Petrobras, já condenado na Operação Lava Jato. Os repasses foram viabilizados mediante a interposição de empresa de fachada, que não possuía uma estrutura minimamente compatível com os recebimentos, segundo os procuradores da Lava Jato.
Ao longo das investigações também foi identificado o repasse de mais de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore com base em contrato falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux. O valor, ainda segundo o MPF, teria sido transferido no interesse de José Dirceu, que está preso pela Lava Jato, e de pessoas a ele relacionadas.
Os procuradores declararam também que empresas do grupo Tecna/Isolux repassaram cerca de R$ 10 milhões à Credencial Construtora, já utilizada por Dirceu para o recebimento de vantagens indevidas.
Repasse de Eike ao PT
Em um depoimento ao MPF, o ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, Eike Batista, declarou que, em novembro de 2012, recebeu um pedido de Mantega para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do PT, segundo as investigações.
O procurador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que os pagamentos feitos por Eike foram operacionalizados por Mônica Moura, mulher do marqueteiro do PT João Santana. O casal foi preso na 23ª fase da operação, em fevereiro deste ano, e solto no dia 1º de agosto.
Fonte: G1
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