Após cerca de 12 horas de julgamento, o cantor Saulo Roberto Daniel da Silva foi condenado nesta quinta-feira (15) a 23 anos de prisão pelo assassinato a tiros do
lutador Pedro Rafael Gibelli. O homicídio aconteceu no dia 21 de maio de 2015 em Araraquara (SP).
Por quatro votos a três, o júri condenou o cantor a 20 anos de prisão por homicídio e três anos por porte ilegal de armas. O advogado de defesa, Ariovaldo Moreira, afirmou que vai apresentar um um recurso para tentar diminuir a pena. Procurado pelo G1, o promotor Herivelto de Almeida não foi encontrado para comentar o caso.
Entenda o caso
O crime aconteceu no dia 21 de maio de 2015, no bairro Santa Angelina. O lutador foi atingido por um disparo no peito em frente à casa onde morava, mas não resistiu e morreu no local. De acordo com a PM, o acusado afirmou que a dupla havia se desentendido dois meses antes em uma cachoeira de Motuca (SP), por causa de um óculos de sol.
Ridicularizado
O suspeito foi preso no dia 8 de agosto de 2015, no Jardim Pinheiros. Sem antecedentes criminais, ele alegou que não sabia que o disparo havia sido fatal até ler sobre o fato em um site de notícias. O músico também afirmou que o homem o teria ridicularizado momentos antes do crime.
A discussão entre os dois homens ocorreu pouco tempo depois de terem se conhecido em um posto de gasolina. Na cachoeira, a dupla teria se desentendido por causa de um par de óculos de sol, o que motivou o lutador a agredir o homem.
O suspeito afirmou que Gibelli passou a enviar mensagens provocativas nos dias seguintes, o que fez com que ele planejasse o homicídio. O músico foi detido na residência onde morava quando estava com a namorada. A jovem também prestou depoimento e afirmou que tinha conhecimento do crime, assim como a família do suspeito.
Investigações
Segundo o delegado Elton Hugo Negrini, a polícia conseguiu chegar até o suspeito após relatos de testemunhas, que informaram sobre o envolvimento da vítima na briga. Dias após o crime, o homem fugiu para Campinas, mas depois retornou para Araraquara.
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito afirmou ter pago R$ 300 pela arma do crime, encontrada escondida em um escritório de advocacia na Vila Velosa.
Um rapaz de 27 anos foi indiciado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e exercício ilegal da profissão de advogado, sem direito ao pagamento de fiança. Um cartão de visita com a marca da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), distribuído pelo falso advogado, também foi apreendido pelos investigadores. Meses após a prisão, o rapaz adoeceu e morreu.
O acusado vai cumprir pena em regime fechado na Penitenciária de Araraquara, unidade que já está há mais de um ano.
Fonte: G1
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