Ao deixar o Maracanã na quarta-feira (17), depois da vitória por 6 a 0 sobre Honduras, Rogério Micale adiantou que aproveitaria os dias seguintes para tirar da cabeça dos
jogadores a ideia de que o confronto com a Alemanha, final do torneio olímpico, no sábado (20), será a revanche dos 7 a 1 da Copa do Mundo.
Mesmo assim, o técnico da seleção brasileira não esquece a vergonhosa goleada imposta pelos alemães em Belo Horizonte, na semifinal do Mundial de 2014.
Micale é o integrante da equipe olímpica brasileira que estava mais perto do Mineirão na fatídica tarde de 8 de julho de 2014.
Próximo ao estádio, o ex-técnico das divisões de base do Atlético-MG assistiu ao jogo pela televisão, na companhia de familiares e amigos, e ouviu da janela de sua casa a reação dos desolados torcedores brasileiros.
"Senti muita tristeza naquele dia. Eu morava ao lado do estádio", recorda-se o treinador. "Não fui ao jogo porque não comprei o ingresso e não gosto de ficar pedindo. Mas presenciei todo aquele clima antes e depois da partida. Nos gols da Alemanha, não ouvia nada. Era um silêncio que vinha do estádio... Foi muito estranho", completa Micale, que não conseguiu assistir ao jogo até o fim.
"A partir do quarto gol, fiquei abalado e perdi toda a atenção", acrescenta.
Da equipe brasileira que está nos Jogos, apenas Neymar disputou o Mundial de 2014. Ainda assim, o atacante do Barcelona não esteve em Belo Horizonte por ter sofrido fratura de vértebra na partida anterior.
Ele assistiu à derrota também pela televisão, de sua casa no litoral de São Paulo.
PROMESSA AO AVÔ
Titular da seleção em todas as partidas do torneio olímpico, o lateral Zeca espera o confronto com a Alemanha desde o início da preparação.
Em entrevista à Folha, ele disse que ficou abalado com a derrota acachapante de 2014 e não esquece da imagem de seu avô chorando em frente à televisão.
O santista contou que naquele dia prometeu ao avô que revidaria a derrota no futuro. Neste sábado, ele terá essa oportunidade.
"Foi duro ver meu avô chorar. Naquele dia, disse a ele que ia chegar à seleção e devolver aquilo [a goleada]", lembra Zeca, que foi criado pelos avós no Paraná.
"Foi triste demais aquele dia. Não chorei porque vivo no meio do futebol e estava tentando entender o que tinha ocorrido. Ninguém quer perder daquele jeito. Quero ganhar da Alemanha para mostrar a força do Brasil."
Os dois finalistas fazem campanhas semelhantes no torneio olímpico. Na primeira fase, ambos se classificaram com dois empates e uma vitória. No mata-mata, cada um venceu duas vezes.
Fonte: Folha de São Paulo
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