O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) anunciou neste domingo o banimento da Rússia da Paralimpíada do Rio de Janeiro. Em entrevista coletiva, o britânico Sir
Philip Craven, presidente da entidade, afirmou que a decisão foi tomada após reunião com dirigentes russos na última quarta-feira, na sede da entidade em Bonn, Alemanha.
- Foi uma decisão unânime tendo em vista a incapacidade do Comitê Paraolímpico russo de garantir aplicação do código de doping e cumprir suas obrigações - afirmou Craven em entrevista coletiva no centro de mídia dos Jogos no Rio de Janeiro.
Por conta da decisão, o Comitê Paraolímpico Russo perde todos os direitos e privilégios de membro IPC, não podendo mais participar de reuniões ou competições organizadas pela entidade internacional. Com isso, foi proibida a participação de todos atletas russos que estão inscritos em 18 modalidades nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, que serão realizados entre os dias 7 e 18 de setembro.
- Esta decisão colocou um enorme fardo sobre nossos ombros, mas é uma decisão que tivemos que tomar em nome dos melhores interesses do Movimento Paraolímpico - acrescentou o dirigente britânico.
A medida do IPC teve como base o relatório enviado pela comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada) e divulgado na última segunda-feira. De acordo com a política de suspensão do Comitê Paraolímpico Internacional, os dirigentes russos podem recorrer da decisão até o dia 28 de agosto.
- Em última análise, como o órgão regulador global para o Movimento Paraolímpico, é nossa responsabilidade assegurar uma concorrência leal, para que os atletas possam acreditar que estão todos competindo no mesmo nível. Isso é vital para a integridade e credibilidade do esporte paraolímpico, e a fim de conseguir isso, é fundamental que cada membro aja de acordo com as regras - disse Craven.
A Federação Equestre Internacional (FEI) emitiu um comunicado lamentando a decisão do comitê:
"Estamos muito desapontados com a decisão do IPC. Tal como os nossos atletas paraolímpicos de todos os outros países, os nossos três atletas russos tem treinado duro para ir aos Jogos Paraolímpicos e lamentamos que o anúncio de hoje significa que eles não poderão ir ao Rio. Assim como os Jogos Olímpicos, acreditamos que às Federações Internacionais individuais deve ser dada a oportunidade de defender os direitos de seus atletas limpos. Esta decisão do IPC não nos dá essa oportunidade. Não iremos embarcar em qualquer processo de realocação até que o prazo de recurso expire e que sejam adotados todos os procedimentos possíveis".
A maior vigilância das entidades esportivas internacionais em relação aos atletas russos surgiu após a corredora russa Yulia Stepanova e seu marido, Vitaly Stepanov, ex-oficial da Agência Antidoping Russa (Rusada), fornecerem documentos e concederem entrevista à rede alemã ARD, em 2014. De acordo com as denúncias, existiria um esquema para burlar o controle antidoping do atletismo do país. No dia 18 de julho de 2016, a comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) divulgou um relatório confirmando a existência de um sofisticado esquema de manipulação nos Jogos de Inverno de Sochi 2014. O documento de 103 páginas confirma as denúncias do ex-diretor do laboratório nacional antidoping russo, Grigory Rodchenkov, de que a manipulação de amostras tinha total apoio das autoridades locais. Por conta dessas informações, a Corte Arbitral do Esporte (CAS) anunciou que a Rússia não poderá participar das provas de atletismo da Olimpíada do Rio. Com isso, 68 atletas do país, entre eles a bicampeã olímpica do salto com vara Yelena Isinbayevada, foram proibidos de integrar a delegação russa que está no Brasil para o Jogos.
Fonte: Globo Esporte
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