O presidente nacional do PT, Rui Falcão, descartou nesta quarta-feira (4) a proposta de realização de plebiscito sobre antecipação de
novas eleições. A ideia é defendida pela presidente afastada, Dilma Rousseff.
Segundo Falcão, a proposta é inviável uma vez que todo o processo para a convocação de novas eleições consumiria dois anos, coincidindo com 2018. Falcão disse ainda que discorda politicamente da iniciativa, já que a presidente estaria abrindo mão de seu próprio mandato. Ao falar sobre a hipótese de os senadores votarem contra o impeachment diante da promessa de novas eleições, Falcão disse não querer "artifícios para tentar enganar quem não vai ser enganado".
Falcão anunciou ainda a decisão do partido de lançar um memorial em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caderno reunirá todas os argumentos da assessoria jurídica do instituto Lula.
Após reunião da cúpula do PT, Falcão afirmou que o partido disponibilizará um estúdio para que Lula grave mensagens de apoio aos candidatos nesta eleição municipal.
Ele explicou, porém, que a Executiva do partido não fez qualquer manifestação formal contra a aprovação do pedido de impeachment pela comissão especial do Senado porque o resultado "já era previsível".
Para Falcão, Dilma deverá sinalizar com mudanças na política econômica e recomposição do seu governo se quiser conquistar votos contra o impeachment no Senado Federal.
A constatação de Falcão acontece depois de Dilma responsabilizar o partido por eventuais irregularidades na sua campanha presidencial e dizer que a sigla precisa fazer uma reavaliação.
Presidente do PT do Rio, Washington Quaquá disse em resposta que Dilma também deveria rever medidas, como sua política econômica. Segundo Quaquá, Dilma contrariou sua base partidária e "não ajudou em nada" a sigla.
Sobre a possibilidade de derrota do pedido de impeachment, Quaquá afirmou que só acontecerá "se os senadores ficarem honestos".
"Não vejo nenhum viabilidade para esse tipo de proposta", disse Falcão, após descrever o rito necessário para novas eleições.
Fonte: Folha de São Paulo
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