O Ministério Público Eleitoral impugnou os pedidos de candidaturas de seis dos 11 candidatos à Prefeitura de São Paulo: Celso Russomanno (PRB),
Marta Suplicy (PMDB), Levy Fidelix (PRTB), Major Olímpio (SD), Luiza Erundina (PSOL) e João Bico (PSDC). Foram impugnados ainda 675 dos 1.269 pedidos de registro de candidatura para o cargo de vereador.
A medida não impede o candidato de fazer campanha e ainda vai ser julgada pelo juiz eleitoral. O principal motivo dessas impugnações, no caso dos candidatos a prefeito e vice, foi a falta de apresentação de documentos, de acordo com o promotor eleitoral José Carlos Bonilha, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo.
As assessorias de Erundina e de Bico informaram que houve atrasos na entrega de documentos e que logo os entregarão. Já as de Russomanno e de Olímpio afirmaram que estão regularizando a situação. As assessorias de Marta e de Fidelix disseram que não comentariam (leia as respostas completas dos candidatos abaixo).
A Promotoria também impugnou os pedidos de registro de seis candidatos a vice-prefeito: Gabriel Chalita (PDT), da chapa de Fernando Haddad; Bruno Covas (PSDB), da chapa de João Dória (PSDB); Andrea Matarazzo (PSD), da chapa de Marta Suplicy; Carlota Mingolla (Rede); Jairo Glikson (PRTB) e Tranquillo Moterle (PCO).
As assessoria de Haddad disse que o acúmulo de trabalho na 1ª Zona Eleitoral fez com que o registro de Chalita fosse enviado sem certidões. O advogado da campanha de Doria informou que prefere "se manifestar sobre a suposta impugnação do registro de Bruno Covas apenas depois que o pedido for protocolado". Já a campanha da Rede disse que a documentação de Carlota Mingolla está em ordem.
Erros
Segundo o promotor Bonilha, neste ano não existe candidato a prefeito e vice com erros difíceis de sanar. No caso dos candidatos a vereador, a maioria diz respeito à falta de documentos. Há uma parcela de candidatos que são servidores públicos e que não conseguiram provar desincompatibilização. Há ainda, segundo o promotor, uma minoria de casos gravíssimos, de ficha-suja.
O promotor cita como exemplos um candidato que foi policial militar, condenado por homicídio e expulso da corporação que apresentou pedido de registro da candidatura. E de um condenado por tráfico de drogas e processado por porte ilegal de armas, que apresentou pedido de registro de candidatura. "Esses muito provavelmente serão indeferidos", afirmou.
O prazo de impugnação, de apenas cinco dias, terminou na terça-feira (23), após a publicação no Diário Oficial de todos os que pediram registro. "Foi uma etapa crítica do processo eleitoral, que é essa de impugnação do registro da candidatura. Acho que o Ministério Público andou muito bem", disse o promotor.
Prazos
O promotor Bonilha explicou que, a partir de agora, o cartório eleitoral junta as impugnações aos pedidos de registro de cada um dos candidatos e o juiz notifica cada um dos candidatos citados.
Depois da notificação, o impugnado tem prazo de sete dias para apresentar sua defesa e para eventualmente juntar os documentos que estão faltando, produzir provas, arrolar testemunhas ou o que mais for necessário.
Depois deste prazo, a Justiça dá prazo de mais quatro dias para ouvir testemunhas ou produzir provas. A defesa do candidato e o Ministério Público se manifestam e o juiz julga.
Se falta um documento e a impugnação foi em razão da ausência desse documento, o candidato notificado tem prazo de sete dias para providenciar esse documento que está faltando.
O próprio Ministério Público pode examinar o documento juntado e autorizar o registro da candidatura. Se o candidato não juntar o documento, se persistir a falta de um documento que a lei considera essencial, pode haver o indeferimento do pedido de registro.
Candidatos
A campanha de Russomanno informou que será regularizada a situação no prazo determinado pela coordenação jurídica.
A campanha de Marta e Andrea Matarazzo disse que não foi notificada e não pode comentar, mas todas as dúvidas serão esclarecidas.
A assessoria de Levy Fidelix e Jairo Glikson informou que ainda não tinha informação sobre a impugnação e que não vai comentar.
A assessoria de Major Olímpio informou que a impugnação se deu por uma questão burocrática cuja solução já está em andamento.
A campanha de Luiza Erundina afirmou que, por conta do atraso da expedição de certidões pela própria Justiça, houve atrasos nas entregas de diversas candidaturas e que o PSOL está trabalhando para entregar todo o necessário antes que o prazo se encerre.
O vice-presidente do PSDC, Irineu Franceschini, informou que a demora na entrega de documentos do candidato João Bico se deve ao atraso da Justiça em liberar documentos, mas acrescentou que o problema será sanado a tempo.
A assessoria de Haddad informou que "por conta do acúmulo de trabalho na 1ª Zona Eleitoral, acabaram encaminhando o registro de candidatura de Gabriel Chalita para o Ministério Público sem que as certidões, cuja falta embasam o pedido de impugnação e já haviam sido entregues pelo candidato, fossem juntadas ao processo”.
O advogado da campanha de João Doria, Anderson Pomini, informou que prefere "se manifestar sobre a suposta impugnação do registro de Bruno Covas apenas depois que o pedido for protocolado, já que até o final do expediente" desta quarta da Justiça Eleitoral "não existia a anunciada intenção do Promotor".
A Rede informou ter ficado surpresa com a impugnação de Carlota Mingolla. Afirmou que a documentação da candidata está em ordem, que vai apurar o que ocorreu e fazer a devida defesa.
Fonte: G1
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