O prefeito de Belém de Maria, Valdecir José da Silva (PSB), se entregou à polícia na noite da terça-feira (30) no Recife. Ele estava foragido há sete meses suspeito de chefiar um grupo
criminoso responsável por desviar R$ 100 milhões da Prefeitura de Belém de Maria, Mata Sul de Pernambuco.
Por telefone, o G1 conversou com o advogado de defesa do prefeito, Piero Sial. Ele informou que Valdecir José se entregou "de livre e espontânea vontade após firmar acordo com o Ministério Público de Pernambuco, por meio do promotor Frederico Magalhães.". O advogado ainda destacou que o próximo passo é provar a inocência do gestor. O G1 tentou entrar em contato com a Prefeitura e a Câmara de Vereadores de Belém de Maria, mas as ligações não foram completadas. O G1 ainda solicitou um posicionamento da prefeitura por e-mail, mas ainda não recebemos resposta.
Ao G1, o promotor de Justiça Frederico Magalhães, que investiga o suposto grupo criminoso liderado por Valdecir José desde novembro de 2015, informou que o gestor do município foi levado para o Centro de Triagem e Observação Criminológica Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. "A organização criminosa só existia em função e por causa dele [prefeito]. Todo o esquema não seria possível sem ele", destacou o promotor.
O Ministério Público estadual (MPPE) e a Polícia Civil procuravam o prefeito desde 23 de janeiro deste ano.. Após o "desaparecimento" do investigado, a vice-prefeita Maria Amalia Silva assumiu a administração do município por determinação da Justiça. Ela também é uma das investigadas na "Operação Pulverização".
A investigação do Ministério Público foi destaque no quadro "Cadê o dinheiro que tava aqui?", do Fantástico, na Rede Globo.
'Operação Pulverização'
Durante as ações, foram expedidos 13 mandados de prisão. Cinco vereadores e um funcionário da prefeitura de Belém de Maria foram presos durante a segunda fase da Operação Pulverização. Foram presos o presidente da Câmara de Vereadores, José Jairo Leonildo de Brito, e os parlamentares Jailson José da Silva, Josival Carlos dos Santos, Antônio José da Silva e Carlos José Soares - segundo a Polícia Civil informou à época.
O procurador e coordenador do Gaeco - vinculado ao MPPE -, Ricardo Lapenda Figueiroa, explicou que as investigações começaram com a promotoria de Palmares. "No primeiro momento foram descobertas algumas empresas fantasmas. Foram quebrados sigilos fiscais e na análise inicial havia o desvio de R$ 3 milhões. [...] O valor já passa dos R$ 9 milhões".
Primeiras prisões
Um secretário de finanças e mais seis pessoas foram presas no dia 19 de novembro de 2015. A ação do MPPE e da Polícia Civil buscou suspeitos de criar empresas fantasmas, lavar dinheiro e fraudar licitações. Na época, quatro suspeitos foram localizados em Água Preta, um em Catende, um em Palmares e outro em Caruaru.
Fonte: G1
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