O Senado não alcançou os votos necessários para tornar Dilma Rousseff inelegível por oito anos na votação realizada nesta quarta-
feira (31). Dos 81 senadores presentes na sessão, 42 votaram a favor da inabilitação da petista para funções públicas, e 36 contra. Outros 3 senadores se abstiveram. Para que ela ficasse impedida de ocupar cargos públicos, eram necessários 54 votos favoráveis.
Com isso, a petista segue podendo se candidatar para cargos eletivos e também exercer outras funções na administração pública. Senadores pró-impeachment afirmaram que vão recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Nós recorreremos no Supremo Tribunal Federal. É inadmissível o fatiamento da pena, a pena é única. Cassação com inabilitação. Esse é um grande acordo costurado e que vai trazer uma situação de beneficiar a todos que serão cassados a partir de agora. São cassados do cargo, mas podem, a partir de amanhã, manter suas funções de secretários, ministros de Estado, podendo ocupar função pública”, disse o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Antes da votação, aliados de Dilma apresentaram destaque para que fossem feitas duas votações: uma para decidir sobre o impeachment, e outra sobre a inelegibilidade de Dilma. O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que presidiu o julgamento, acolheu o pedido, causando reação dos senadores pró-impeachment, que eram contra o fatiamento da votação.
Na votação do impeachment, 61 senadores votaram a favor do impeachment, e 20 contra. Assim, Dilma perdeu o cargo de presidente da República.
Defesa também vai recorrer
O ex-ministro José Eduardo Cardozo, advogado de defesa de Dilma Rousseff, disse nesta quarta-feira (31) que o impeachment dela, decidido pelo Senado, foi “seguramente um golpe parlamentar” e que pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Vamos impetrar possivelmente hoje [quarta] ou amanhã [quinta] uma primeira ação, sem prejuízo a uma outra ação que será proposta na sexta ou na segunda”, afirmou.
Cardozo afirmou que a aprovação do impeachment é "um dia triste para a democracia", porque Dilma é "uma presidente da República afastada do seu cargo sem nenhum fundamento, sem crime de responsabilidade".
"Realmente é um golpe parlamentar. Portanto, acho que é um dia triste, nós vamos ao Supremo Tribunal Federal", disse.
Fonte: G1
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