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domingo, agosto 14, 2016

Com 23º ouro, Phelps eterniza a mais vitoriosa carreira olímpica da história

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Cinco Jogos Olímpicos, 28 medalhas, 23 ouros, três pratas, dois bronzes, 37 recordes mundiais. Muitos números para tentar explicar um talento que ultrapassa
os limites das ciências exatas. Michael Phelps passou 20 anos de sua vida brigando contra o relógio. Levou a melhor na grande maioria das tentativas. Neste sábado, na sua despedida das piscinas, nem ligou para o tempo que apareceu no placar do Estádio Aquático, na vitória do 4x100m medley. O real significado daquela marca (3m27s95, novo recorde olímpico) é que, a partir dela, o maior nadador olímpico da história terá todo tempo e tranquilidade do mundo. Para descansar, curtir suas conquistas, ser um pai presente para o pequeno Boomer, casar e, principalmente, para deitar a cabeça no travesseiro com a certeza de que sua carreira teve um desfecho à altura de seu grandioso feito. 

O último ato de Michael Phelps nos Jogos Olímpicos foi como planejou: no alto do pódio e ao lado de seus amigos. Terceiro a entrar na água, depois de Ryan Murphy e Cody Miller, o fenômeno das piscinas levou seu time da segunda para a primeira colocação. Nathan Adrian só precisou completar o serviço nos últimos 100m e garantir a medalha de ouro de número 1.001 dos Estados Unidos e de 23 de Phelps, apenas uma a menos do que o Brasil conquistou em toda sua história olímpica. Ao conferir o velocista do quarteto batendo em primeiro, Phelps vibrou. Em seguida, abraçou o trio, agradecendo a ajuda para o desfecho perfeito de sua carreira. A partir daí, não deu mais para segurar a emoção. Acenou para as arquibancadas agradecendo o carinho da família, amigos e torcedores e, chorando, deixou lentamente, pela última vez, a piscina olímpica. 
Quase meia hora depois, acabou com a ansiedade do público que o esperava para vê-lo no alto do pódio mais uma vez. Repetindo a cena que aconteceu todas as vezes em que ouviu o hino dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Phelps se emocionou. Com os olhos ainda cheios de lágrimas pegou um cartaz que dizia: "Obrigada, Rio!" e posou para as dezenas de câmeras que estavam apontadas em sua direção. E foi essa a última imagem de Michael Phelps dentro do cenário olímpico.  

Comemorando o fim de um jejum de 36 anos sem disputar uma final, o Brasil participou também da festa de despedida do americano. Com Guilherme Guido, João Júnior, Henrique Martins e Marcelo Chierighini terminou em sexto lugar (3m32s84). A Inglaterra e a Austrália ficaram com a prata (3m29s24) e o bronze (3m29s93) e também fizeram parte da emblemática cerimônia de pódio da Rio 2016. 
Rio 2016, o segundo fim
Quando decidiu se dar mais uma chance após uma profunda depressão, há dois anos, Phelps enxergou nos Jogos do Rio uma chance de reescrever o último capítulo de sua carreira e se livrar de vez de um trauma do passado. Em Londres 2012, tornou-se o maior atleta olímpico da história, mas estava infeliz. As lembranças de disputar sem garra, vontade e dedicação uma edição tão emblemática na sua trajetória lhe faziam mal. Ele precisava fazer alguma coisa. E acabou fazendo muito mais do que ele mesmo poderia supor.

Em julho, Phelps saiu da seletiva americana com três vagas em provas individuais debaixo do braço e várias dúvidas na cabeça. Falou várias vezes sobre o cansaço, as dores, as dificuldades de recuperação do corpo depois de cada tiro e as incertezas sobre o que o mundo poderia esperar dele nos Jogos Olímpicos do Rio. Os problemas físicos, normais para um atleta de 31 anos, incomodaram, de fato. Mas não atrapalharam seus planos. 
Logo no primeiro dia de disputas, foi escalado para o 4x100m livre e mostrou que estava pronto para brilhar como nos velhos tempos. Dois dias depois, o mais corrido e mais emocionante da competição. Superou seu algoz em Londres 2012 e levou o ouro nos 200m borboleta. Uma hora depois, já estava na água de novo para buscar mais um para a coleção, no 4x200m livre. Na última quarta-feira, foi a vez de se despedir da parceria de 12 anos com o amigo Ryan Lochte, na final dos 200m medley. A comemoração, outra vez, foi no alto do pódio. Se pudesse mudar uma coisinha no perfeito desfecho de sua carreira, seria apenas trocar a medalha de prata, pela dourada, na final dos 100m borboleta, na sexta-feira. Mas a alegria e a emoção em ouvir o hino dos Estados Unidos pela última vez, após a vitória no 4x100m medley, permitiram que a última recordação das piscinas fosse a melhor possível. 

Fonte: Globo Esporte

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