grupo extremista Estado Islâmico (EI) contra jovens recrutas do exército, que luta
contra os
rebeldes xiitas e os grupos jihadistas sunitas.
O ataque, com carro-bomba, é o mais violento na cidade de Áden, sul do Iêmen, desde que ela foi
retomada pelo governo em julho de 2015. O atentado ilustra as dificuldades do governo para
restabelecer a segurança na localidade, que foi declarada "capital provisória" do país.
O Iêmen enfrenta, desde 2014, um conflito entre os huthis, rebeldes xiitas procedentes do norte, e
o governo do presidente Abd Rabo Mansur Hadi, que foi expulso da capital, Sanaa, e cujas forças se
reagruparam no sul.
Em março de 2015 a Arábia Saudita passou a liderar uma coalizão militar árabe para conter o avanço
dos huthis, que se aliaram aos simpatizantes do ex-presidente Ali Abdullah Saleh.
Aproveitando o caos gerado pelo conflito, os extremistas da Al-Qaeda e seus rivais do grupo Estado
Islâmico reforçaram sua influência no sul e sudeste do Iêmen.
O EI reivindicou o ataque desta segunda-feira.
"Sessenta mortos em uma operação mártir de um combatente do Estado Islâmico contra um centro de
recrutamento do exército em Aden", publicou a agência Amaq, órgão de propaganda do grupo
extremista.
O ministério da Saúde do Iêmen, no entanto, afirmou que um homem-bomba matou ao menos 54 pessoas.
Teto desabou sobre os recrutas
De acordo com fontes oficiais, a explosão do carro-bomba aconteceu no pátio da escola "Sanafir", na
zona norte de Aden.
Os recrutas, reunidos no local, estavam no fim das formalidades para ingressar nas Forças Armadas
iemenitas, que o governo, exilado na Arábia Saudita, pretende reforçar com a ajuda da coalizão
árabe.
De acordo com testemunhas, um homem-bomba aproveitou a entrada de uma caminhonete para avançar com
seu veículo contra os recrutas.
A explosão foi tão intensa que provocou o desabamento do teto de uma sala de aula sobre vários
recrutas, informou uma fonte das forças de segurança.
Os extremistas aumentaram os ataques contra as forças de segurança e autoridades políticas de Áden,
apesar das medidas e dos programas para tentar garantir a segurança da cidade.
O atentado anterior reivindicado pelo EI matou quatro policiais em Áden no dia 20 de julho.
No dia 6 de julho, as forças do governo, apoiadas pela coalizão militar árabe, expulsaram os
extremistas de uma base militar de Áden que havia sido atacada após dois atentados contra o local.
A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) reivindicou os atentados suicidas e o ataque posterior à
base militar, próxima ao aeroporto internacional, onde morreram 10 soldados.
Em maio, o EI reivindicou dois atentados contra recrutas do exército e uma base militar em Áden (41
mortos), assim como um ataque suicida contra jovens recrutas da polícia em Mukalla, sudeste do
país, que também deixou 41 mortos.
No sul do país, as forças do governo organizam desde março operações que permitiram recuperar
vários municípios que estavam sob poder dos jihadistas.
O governo dos Estados Unidos, que considera a AQPA como o braço mais perigoso da Al-Qaeda, realiza
bombardeios com frequência, geralmente com drones, contra os líderes do grupo e seus combatentes no
Iêmen.
Ao mesmo tempo, o processo de paz entre rebeldes e o governo está bloqueado desde 6 de agosto,
quando fracassaram as negociações organizadas no Kuait pela ONU.
O secretário de Estado americano, John Kerry, propôs na semana passada um novo enfoque para
resolver o conflito, com base na formação de um governo de união nacional.
Fonte: Uol
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