A professora de 51 anos presa suspeita de sequestrar uma adolescente, de 16, em Piedade (SP) tentou despistar a polícia forjando o próprio sequestro. É o 
De acordo a polícia, Vera Lúcia Stelzer foi a responsável por ameaçar e manter a garota em cativeiro na própria casa, no bairro Vila Olinda. Ele teria dopado a jovem, exigido dinheiro à família e abandonado a adolescente em um matagal no dia 30 de junho.
Em seguida, ela teria forjado o próprio sequestro, afirmando que uma quadrilha a teria feito refém e "obrigado" a ajudar no sequestro da estudante. Durante o susposto cárcere, a polícia afirma que ela chegou a se "cortar e queimar com fósforo".
A ação chegou a ser comparada como "coisa de filme" pelos delegados que investigaram o caso. "Ela conta a história de uma forma que ela não se vê dentro dela, como se fosse um filme. Algumas cenas parecem terem sido tiradas de séries de televisão", diz o delegado Mario Ayres, do grupo antissequestro da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Sorocaba (SP).
Entre os objetos apreendidos pela polícia na casa da suspeita, está uma carta que ela escreveu durante o suposto cárcere. No texto, ela pede "perdão" para a mãe da jovem e diz ter "tentado cuidar bem" da garota. "Não deixei que batessem e até coloquei uma meia no pézinho dela para aquecer. [...] Me obrigaram a deixar ela aqui, desacordada tadinha, uma mulher horrosa ficava tentando enfiar o dedo na menina", escreveu.
No restante do trecho da carta divulgado pela polícia ela escreve parte da história contada aos policiais envolvendo o susposto sequestro. Segundo ela, quatro pessoas a teriam sequestrado e feito refém dentro da própria casa e obrigado a pegar a adolescente. Em seguida, a teriam agredido, exigido dinheiro e fugido pela janela. A versão dela, segundo a polícia, é mentirosa e a análise dos ferimentos teriam mostrado que a própria professora teria se machucado.
"Diversos pontos da história dela não são críveis porque ela diz que foi feita refém dentro da própria casa, mesmo com outras pessoas que não viram qualquer movimentação", afirma Ayres.
Sequestro
O crime aconteceu no dia 30 de junho, no centro da cidade. Aos policiais, a garota disse que recebeu uma ligação da professora dizendo que tinha uma atividade na escola. No meio do caminho, ela foi abordada por Vera, que dirigia um veículo e estaria usando uma peruca e óculos escuros.
Apesar da tentativa de disfarce, a adolescente reconheceu a professora e entrou no carro. A mulher teria alegado que passaria para buscar outra garota em um bairro afastado da cidade, o que não aconteceu. Neste momento, a jovem teria sido ameaçada e obrigada a tomar um líquido não identificado, que a deixou desacordada. Na sequência, a professora teria usado o celular da vítima para ligar para a família dela e pedir um resgate de R$ 70 mil.
Segundo as investigações da polícia, o cativeiro da adolescente foi a própria casa da professora no bairro Vila Olinda. Após levar a menor para o local, a mulher teria ido até o salão de beleza da família e alegado que estava preocupada com o desaparecimento da garota. A intenção, de acordo com a polícia, era fazer uma "sondagem" no local.
No entanto, a jovem foi encontrada por volta das 23h dopada e enrolada em um cobertor em um matagal no bairro Jardim Roseiras. Ela, que disse não se lembrar de nada, deverá passar por exames para comprovar se foi vítima de abuso sexual. As roupas, uma faca, e uma toalha foram apreendidas pela polícia. O líquido usado para dopar a adolescente passará por análise.
A motivação do sequestro ainda não foi esclarecida pela polícia, que investiga até um possível crime passional. "Todas as linhas estão sendo checadas, mas isto não está claro. Até por isso, solicitamos a prisão da suspeita", explica o delegado. Para Ayres, Vera tera agido sozinha. "O marido dela tem problemas de saúde e não percebeu que a menina estava em casa. Já o filho de 23 anos, que também mora com ela, estaria trabalhando no momento do sequestro", diz.
A mulher foi presa temporariamente por 30 dias e encaminhada à Cadeia Feminina de Votorantim. Ela deve ser indiciada por extorsão mediante sequestro, com pena de 12 a 20 anos de prisão.
Fonte: G1
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