Dois dos suspeitos presos por envolvimento com o mega-assalto à transportadora Prosegur, em Ribeirão Preto (SP), trabalharam como vigilantes de carro-forte da
Protege, outra empresa de transporte de valores, entre 2009 e 2012.
A informação foi confirmada ao G1 pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Valores do Estado de São Paulo (Sindiforte). Segundo o advogado do sindicato, Eduardo Augusto de Oliveira, os dois suspeitos tinham informações privilegiadas da rotina dessas empresas.
Ângelo Aparecido Domingues dos Santos, de 34 anos, e Juliano Moisés Israel Lopes, de 32, foram presos na sexta-feira (15) com R$ 160 mil em dinheiro em um resort em Rio Quente (GO). Um terceiro suspeito foi preso em Ribeirão no mesmo dia, com R$ 34 mil e armas.
O G1 não localizou os advogados dos suspeitos presos até o momento por envolvimento com o mega-assalto à Prosegur. A Polícia Civil informou que os três foram encaminhados para o sistema prisional, mas não informou para quais unidades, por "questões de segurança".
Em nota, a empresa Protege informou que o assunto "está sendo tratado pelas autoridades policiais, a quem prestará informações que forem solicitadas para que não sejam prejudicadas as investigações".
Vigilantes de carro-forte
Segundo o advogado do Sindiforte, Santos e Lopes trabalharam três anos na Protege em Ribeirão Preto e foram demitidos em 2012. A dispensa foi sem justa causa e logo depois os ex-funcionários moveram, cada um, ações trabalhistas de R$ 100 mil contra a empresa.
Eduardo Augusto de Oliveira é advogado de um dos suspeitos no processo contra a Protege. As ações, por diferenças de horas extras e ausência de intervalo para descanso, ainda estão na 5ª e 6ª varas trabalhistas em Ribeirão.
De acordo com o advogado, os suspeitos tinham informações privilegiadas sobre a rotina de empresas de transporte de valores por terem atuado em setores de confiança da Protege. "Até desconhecem a estrutura do prédio [da Prosegur], mas acredito que têm amigos dentro da empresa, porque a categoria possibilita que se encontrem", disse Oliveira.
Antes de serem demitidos, os ex-funcionários atuavam como vigilantes de carro-forte, cargo que exige responsabilidade e não é ocupado por trabalhadores recém-contratados. "Eles não foram admitidos em um dia e exerceram a função amanhã".
Segundo Oliveira, é praxe nessas empresas que os trabalhadores passem por rigoroso pente-fino antes de serem contratados e também após a contratação. "Você é investigado e depois continua sendo avaliado dia a dia e só depois de alguns anos é promovido dentro da equipe".
Além da investigação encomendada pelas próprias empresas, os funcionários também precisam ser autorizados pela Polícia Federal (PF) para atuarem no setor e passam por reciclagens a cada dois anos. De acordo com o sindicato, nenhum dos dois possuía passagem pela polícia.
Fonte: G1
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