A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (14) dois homens suspeitos de envolvimento na morte do prefeito de Matrinchã Daniel Antônio de Souza (PTB), de 50 anos, e da
primeira-dama, Elizeth Bruno de Barros, 40. Eles foram mortos na chácara em que moravam, em agosto de 2015. Entre os detidos está o ex-secretário de Finanças do município, de 67 anos, que já havia confessado o crime ao delegado no ano passado.
Além de Hélio Soyer, foi preso nesta manhã um homem de 52 anos, apontado como amigo do servidor e que teve elo com o crime. Ele é pedreiro e trabalhava como funcionário de uma empresa que prestava serviços para a prefeitura da cidade. O delegado responsável pelo caso, Valdemir Pereira da Silva, disse que eles foram detidos em cumprimento a um mandado de prisão temporária. Entretanto, não explicou qual seria o envolvimento de cada um no crime.
O delegado explicou apenas que a polícia conseguiu provar que os dois estiveram na cena do crime. Hélio Soyer foi encontrado na cidade Brazabrantes, enquanto o outro suspeito foi detido em Nova Veneza.
"Primeiramente eles serão interrogados novamente e a Polícia Civil ouvirá cerca de 20 testemunhas e, posteriormente, realizará a reconstituição do crime. O objetivo é saber o que exatamente aconteceu naquele dia, quem deu a marretada, quem cortou o pescoço das vítimas", disse o delegado.
Ainda é investigado se a motivação do assassinato foi política ou pessoal. Apesar da prisão, as investigações ainda vão continuar.
"Sobre a motivação, a Polícia Civil ainda prefere não mencionar nesse momento. Eles foram presos temporariamente porque estavam atrapalhando a investigação. O Hélio Soyer, em seu interrogatório, mentiu. Por outro lado, através de diligências, o outro suspeito estava também atrapalhando a investigação", concluiu.
Confissão
Na época do crime, o advogado do ex-secretário de Finanças disse que o cliente confessou o crime, que foi motivado por um desentendimento com a vítima. “A motivação trata-se de problemas administrativos entre o prefeito e ele, que culminou em uma briga pessoal”, esclareceu o defensor, Douglas Dalto.
Ainda de acordo com o advogado, o duplo homicídio aconteceu após ele se defender de uma agressão do prefeito. “O prefeito tentou agredí-lo com uma marretinha. Ele conseguiu tirar da mão dele e reagiu, o agredindo, mas ele acabou perdendo da cabeça”, argumentou.
Já a esposa do prefeito, Elizeth, morreu ao entrar no meio da briga dos dois e tentar defender o marido. Segundo a polícia, as vítimas foram encontradas com os pescoços cortados na chácara em que moravam.
Crime
O prefeito e a primeira-dama de Matrinchã foram encontrados mortos em 4 de agosto, na chácara em que moravam. No dia do crime, o prefeito era aguardado para uma reunião, mas, como estava demorando a chegar, funcionários pediram que um motorista fosse buscá-lo.
Segundo a assessora de gabinete do gestor, Maria Cecília Ribeiro, quando o condutor chegou ao local, viu marcas de sangue e chamou dois servidores, que encontraram os corpos dentro de casa.
Rastros de sangue foram encontrados do lado de fora da residência. Para a polícia, as marcas indicam que pelo menos uma das vítimas foi morta na parte externa da residência e arrastada para dentro da casa.
Agentes da Polícia Civil encontraram uma foice cravada em uma árvore da chácara. Eles analisam se o objeto foi utilizado para matar o casal.
Os corpos do prefeito e da primeira-dama foram enterrados no último dia 5, no Cemitério Municipal de Matrinchã. O sepultamento reuniu milhares de pessoas.
O duplo assassinato comoveu a cidade. Familiares ficaram chocados. "É inacreditável. Eles eram muito queridos", disse, no dia do crime, um dos nove irmãos do prefeito, Cornélio Gaudino de Souza, de 43 anos.
Daniel e Elizeth estavam juntos há cerca de dez anos. O prefeito tinha duas filhas e a mulher, um filho. Todos de relacionamentos anteriores.
Fonte: G1
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