A Polícia Federal, em conjunto com Ibama e Ministério Público, cumprem mandados na cidade de Icapuí, litoral do Ceará, dentro da operação Hymenaea, de combate a
grupo criminoso ligado à extração e à comercialização de madeira ilegal, provenientes de terras indígenas. O esquema movimentou valores da ordem de R$ 60 milhões, conforme estimativas dos órgãos.
Mais de 300 policiais federais, apoiados por servidores do Ibama e por policiais do Bope de Brasília e do Rio de Janeiro, cumprem 11 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária, 56, de busca e apreensão, e suspensão da certificação de 44 empresas madeireiras, nas cidades de São Luís, Imperatriz, Buriticupu, Açailância, Zé Doca, Alto Alegre do Pindaré, Bom Jardim, Governador Nunes Freire, no estado do Maranhão, além de Tibau, Mossoró, Parnamirin e Natal (RN), e em Icapuí.
A organização criminosa extraía ilegalmente madeira das reservas indígenas. Esse material era “esquentado” por meio de documentação fraudulenta para o transporte e retirada das áreas protegidas. Um membro da quadrilha era o responsável por emitir documentos destinados a microempresas laranjas, cadastradas como construtoras em pequenas cidades no interior do Rio Grande do Norte. Desta forma, desviavam a madeira para receptadores em todo o Nordeste.
Os desmatamentos causaram danos ambientais gigantescos no último reduto da floresta amazônica na região nordestina, de acordo com a Polícia Federal. A madeira era retirada da Terra Indígena Caru – abrigo de tribos indígenas insoladas Awa-Guajá – e da Reserva Biológica (Rebio) do Gurupi.
A organização criminosa fazia o corte seletivo de madeira nobre e espécies ameaçadas de extinção, de forma a acobertar o crime sob a copa das árvores de menor valor monetário.
As autoridades sequestraram mais de R$ 12 milhões de diversas pessoas físicas e jurídicas. Esses valores são provenientes da lavagem do dinheiro ganho com extração ilegal da madeira.
Os investigados responderão por crimes como participação em organização criminosa, lavagem de capitais, roubo de bens apreendidos, obstar a fiscalização ambiental, desmatamento na Terra Indígena Caru, desmatamento na Reserva Biológica do Gurupi, receptação qualificada, ter em depósito produto de origem vegetal sem licença válida, corrupção ativa, tráfico de influência, dentre outros.
Fonte: G1
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