O governo do presidente do Barack Obama assumiu nesta sexta-feira (1) a responsabilidade por inadvertidamente matar, desde
2009, 116 civis fora das zonas de guerra do Iraque, Síria e Afeganistão.
O número foi divulgado em um comunicado da Direção Nacional de Inteligência (DNI), que afirma também que os ataques dos Estados Unidos contra terroristas mataram 2.581 combatentes fora desses três países nesse mesmo período.
É a primeira vez que o governo americano divulga um boletim sobre os mortos em ataques aéreos e com drones do Pentágono e da CIA fora das zonas convencionais de combate. Neste caso, principalmente contra extremistas no Paquistão, Iêmen e Somália.
O objetivo é cumprir com a promessa do presidente Barack Obama "de divulgar toda a informação possível ao povo" americano sobre estas operações, destaca o comunicado da DNI.
O objetivo de Obama com a divulgação dos números, que são maiores do que qualquer um previamente reconhecido pelo seu governo mas muito menores que as estimativas privadas, é dar uma transparência maior sobre o que os militares norte-americanos e a CIA estão fazendo para combater militantes que conspiram contra os EUA.
Os números divergem dos relatórios de algumas ONGs, que apontam entre "200 e 900 civis" mortos nestes bombardeios dos Estados Unidos a partir de 2009.
As autoridades de Inteligência justificam esta diferença devido às fontes e meios técnicos utilizados para calcular as mortes.
Para os Estados Unidos, as ONGs têm "limitações quanto a diferenciar o número de combatentes e não combatentes mortos devido ao entorno difícil dos alvos".
Além disso, há um trabalho "de desinformação deliberada" executado por certos grupos extremistas junto às mídias locais, acrescenta o relatório.
Obama firmou um decreto nesta sexta-feira no qual determina às diferentes agências envolvidas em ataques contra grupos extremistas que adotem o máximo de precaução "para reduzir a probabilidade de vítimas civis".
O texto precisa explicitamente que as autoridades devem reconhecer a responsabilidade dos Estados Unidos nos casos de vítimas civis e dialogar com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) e com as demais organizações não governamentais que operam em zonas de conflito.
O decreto presidencial prevê ainda a publicação anual, até 1º de maio do ano correspondente, de um relatório com o número de mortos similar ao publicado nesta sexta-feira.
Fonte: G1
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