O promotor Homero das Neves Freitas Filho, titular da 23ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), requisitou nesta quarta-feira (1º) à Corregedoria de Polícia Civil que instaure inquérito para
investigar a conduta do delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), durante a apuração do estupro coletivo sofrido por uma menor de idade, numa comunidade da Zona Oeste do Rio.
De acordo com o promotor, Thiers pode ter cometido o crime previsto no artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento. O comportamento do delegado foi questionado pela então advogada da adolescente, Eloísa Samy, que o acusou de ser "machista e misógino" quando tomava o depoimento da jovem. A menina também disse ter se sentido "acuada" por algumas perguntas feitas por Thiers e pelo fato de ter sido ouvida numa sala em que podia ser vista por outras pessoas, incluindo um dos suspeitos de violentá-la.
No pedido de investigação, expedido nesta quarta-feira, o promotor destaca que a conduta do delegado durante a investigação do estupro de uma adolescente foi amplamente noticiada pela imprensa e que, portanto, é “imperioso apurar os fatos”. Homero Neves ainda requereu que todos os policiais que atuaram nas investigações sejam ouvidos no inquérito, além da mãe da vítima e da advogada Eloísa Samy, que não representa mais a adolescente, mas acompanhou o depoimento prestado por ela na DRCI.
As críticas recebidas por Thiers levaram o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, a transferir a coordenação das investigações sobre o estupro para a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), cuja titular, Cristiana Bento, já vinha acompanhando o caso.
O delegado Alessandro Thiers não foi encontrado para comentar o pedido de investigação do Ministério Público.
Fonte: G1
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