Um homem de 39 anos foi preso suspeito de estuprar a filha de 11 anos desde 2013, em Vilhena (RO). A mãe, de 28 anos, revelou à polícia que há cerca de 40 dias
descobriu os abusos e que chegou a ver algumas relações sexuais do marido com a filha, mas não denunciou por ser ameaçada. Os estupros, conforme a Polícia Civil, aconteciam quase todas as noites e o suspeito já se recusava a fazer sexo com a esposa. Após ser agredida pelo suspeito, na segunda-feira (13), a mulher denunciou o marido, que acabou preso.
Conforme o delegado Núbio Lopes de Oliveira, a mãe disse que o marido se justificava pelos atos sexuais. "Ele dizia para a mãe: 'eu planto a bananeira, dá o cacho e os outros vão comer a banana? Eu que tenho que comer a banana'", conta Núbio.
Ao falar dos abusos em depoimento na delegacia, a criança mostrou que tinha consciência de que os atos não eram normais, mas "tinha muito medo de deixar o pai bravo" e nunca contou para ninguém sobre o crime.
De acordo com o delegado, a mãe chegou à delegacia na manhã de segunda-feira relatando que o marido teria a agredido. Durante a narrativa, contou que as agressões aconteceram porque ela impediu que o marido mantivesse relações sexuais com a filha. No entanto, revelou que os abusos já teriam acontecido anteriormente, mas não teve coragem de denunciar por ser ameaçada de morte e ter medo de ser agredida.
Após a denúncia na delegacia, mãe e filha foram encaminhadas ao exame de corpo de delito. Na análise, foi constatado que a menina não era mais virgem e que a ruptura do hímen não era recente. Na mãe, foram confirmadas as agressões. A criança foi ouvida na presença da mãe, e em outro momento, na presença de conselheiras tutelares.
Conforme a polícia, há indícios de que os abusos sexuais começaram aos oito anos de idade. "Os fatos começaram a ser investigados e concluímos que a vítima vinha sendo estuprada pelo pai há cerca de três anos, até a data de ontem. Há cerca de 40 dias, a própria genitora presenciou vários atos sexuais dentro de casa, mas alega que não teria procurado a polícia, até então, por medo do marido", explica Oliveira.
No interrogatório, o pai negou ter cometido a conjunção carnal, mas confessou a prática de atos libidinosos com a criança. "O pai negou, porém, os elementos probatórios revelam justamente ao contrário, e se encontram perfeitamente com as informações trazidas pela própria criança e informações trazidas pela mãe", salienta o delegado.
O pai foi preso em flagrante por estupro de forma continuada e violência doméstica, e encaminhado para a Casa de Detenção da cidade. A mãe foi indiciada por estupro continuado por omissão, e está respondendo ao processo em liberdade. A criança está sendo cuidada por familiares.
"A mãe tem por lei, a obrigação de cuidado, de amor, de vigilância, de prestar todo o auxílio, todo o apoio para os filhos, coisa que ela não fez. Ela não estava em condições onde se tornava impossível dela fazer. Ela tinha plena liberdade de locomoção, ela tinha pleno discernimento do que é certo do que é errado. Então, ela teria condições plenas de ter levado o fato ao conhecimento das autoridades", diz o delegado.
Segundo Núbio, a mãe da criança poderia ter feito a denúncia mesmo sob ameaça de morte e agressões físicas. "A criança espera amor, compreensão, carinho dos pais, e recebeu justamente o contrário desse casal", conclui.
Fonte: G1
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