O jogador Jobson, preso na manhã desta quinta-feira no Estado do Pará, acusado de cometer quatro estupros em garotas menores de
idade, foi chamado a prestar depoimento na delegacia de Conceição do Araguaia, no sudeste do Pará, no início da noite desta quinta, mas permaneceu calado diante das autoridades policiais, exercitando um direito que a legislação brasileira lhe concede.
O advogado que defende o atleta afirmou que Jobson seguiu orientação dada por ele, advogado. É que o representante do jogador ainda não tinha tido acesso às informações constantes no inquérito até o momento que Jobson foi chamado a depor. Por causa disso, ele entendeu que não seria conveniente que o atleta respondesse a perguntas sem antes ter total conhecimento acerca das acusações que pesam contra si.
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará, o jogador será transferido da cela em que se encontra, em uma delegacia de Conceição do Araguaia, para um presídio estadual na cidade de Redenção, a 892 quilômetros da capital, Belém, onde continuará sob prisão preventiva, aguardando encarcerado pelo seu julgamento. Até a noite desta quinta, a defesa de Jobson não havia entrado com pedido judicial para a soltura de seu cliente.
Os crimes investigados
Jobson foi preso acusado de estuprar quatro adolescentes em Conceição do Araguaia. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, Jobson não ofereceu resistência à prisão, ocorrida em sua chácara na cidade de Couto Magalhães, no oeste de Tocantins. O jogador, de 28 anos, (que está suspenso do futebol até 2019) é investigado também por ter supostamente estuprado ainda uma quinta jovem, a polícia ainda apura as circunstâncias deste episódio.
Já as outras quatro jovens foram submetidas a exames periciais, cujos resultados apresentaram indícios de relação sexual em duas das jovens, de 12 e 13 anos. Elas estariam inconscientes quando as relações ocorreram.
As outras duas adolescentes alegaram, em depoimento, que consentiram as relações sexuais. No entanto, afirmaram que estavam sob efeito de bebidas alcoólicas e substâncias entorpecentes colocadas na bebida.
Ainda que não estivessem inconscientes, manter relações sexuais com menores de 14 anos é considerado crime de "estupro presumido" no Brasil. Pela lei penal brasileira, uma pessoa menor de 14 anos não possui o discernimento necessário para decidir manter uma relação sexual. Assim, ainda que ela faça sexo consensual com alguém maior de idade, tal ato é considerado estupro.
O inquérito policial foi instaurado há uma semana, após uma das supostas vítimas, uma garota de 13 anos, denunciar que fotos suas em situações pornográficas estavam circulando em grupos de rede social por meio do aplicativo de mensagens por telefone celular WhatsApp.
Segundo relatou a suposta vítima, o jogador teria a aliciado em Conceição do Araguaia para levá-la até sua chácara, junto com outras três adolescentes, e ali as vítimas teriam sido embriagadas e entorpecidas, para então serem abusadas sexualmente. Ainda, conforme as denúncias, essa prática por parte do jogador teria ocorrido em diversas ocasiões no município.
A jovem relatou que desmaiou durante o evento que teria sido promovido por Jobson. Desacordada, ela teve fotos tiradas por Jobson e amigos do jogador. As imagens, segundo a polícia, foram compartilhadas nos grupos de rede social. Ainda, conforme o delegado, a vítima chegou a telefonar para o jogador, dizendo que iria denunciá-lo, e o acusado teria feito ameaças à garota. Após ouvir o depoimento da adolescente, a equipe da Polícia Civil localizou as outras vítimas.
Jobson está suspenso do futebol profissional até 2019, após punição imposta pela Federação Saudita de Futebol por ter se negado a fazer um exame antidoping, segundo o Al Ittihad. A Fifa deu validade mundial à pena e o jogador assim só voltaria a jogar aos 31 anos.
Fonte: Uol
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