O Estádio Independência, em Belo Horizonte, foi interditado. A informação foi divulgada no fim da noite desta segunda-feira pelo
jornal Hoje em Dia.
Segundo a publicação, a interdição cumpre uma determinação do juiz Michel Curi e Silva, titular da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Belo Horizonte.
A decisão foi tomada depois de denúncia feita pela 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, que encaminho Ação Civil pública contra a acusação de improbidade administrativa e dano ao tesouro público estadual na construção do estádio, reinaugurado em 2012.
Segundo a Justiça, o estádio foi demolido e reconstruído entre 2010 e 2012, embora os editais permitissem uma apenas reforma do local. A obra, que estava orçada em R$ 46 milhões e acabou custando R$ 150 milhões, foi custeada com investimento do Governo de Minas Gerais - embora pertença ao América-MG, o local é administrado pela BWA.
Com o estádio fechado, o Independência deve ser preterido no confronto deste final de semana entre Atlético-MG e Cruzeiro, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. O clássico deve acontecer no Estádio do Mineirão.
O juiz responsável pela interdição determinou ainda a indisponibilidade de até R$ 120 milhões do deputado estadual Gustavo Correa (DEM), secretário de esportes de Minas Gerais entre junho de 2007 e janeiro de 2010, na gestão Aécio Neves (PSDB). João Antônio Fleury Teixeira, Oizer Myssior e Gerson Barros de Carvalho, ex-diretores do Departamento Estadual de Obras Públicas (DEOP), também tiveram os bens bloqueados.
O estádio só deve ser desbloqueado depois que o América-MG apresentar à Justiça um cronograma relativo ao depósito da renda dos jogos que vierem a ocorrer no local, comprometendo parte da renda para ressarcir o erário mineiro.
Procurado pela reportagem da publicação, Gustavo Corrêa afirmou que não houve dano aos cofres públicos. Já João Fleury diz desconhecer o processo e não se manifestou. Oizer e Gerson não retornaram as ligações feitas pelo jornal.
O PSDB-MG alega que o estádio teve sua reforma redimensionada, alterando o custo das obras. O América-MG, por sua vez, questiona a presença do nome do clube na Ação Civil Pública. Segundo o advogado Paulo Lasmar, "foi o governo que pediu a cessão do estádio" para obras.
Fonte: Uol
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