A principal preocupação de Marco Polo Del Nero com relação à seleção brasileira é a Rio-2016. O ouro olímpico, em agosto, é prioridade, já que há entendimento
de que tem tempo de recuperação nas eliminatórias para a Rússia-2018 —em seis rodadas, com nove pontos, o Brasil está em sexto.
Del Nero tem ouvido cartolas sobre o que fazer. Uma das sugestões é, independentemente de Dunga ficar ou não (hoje é improvável que permaneça), que o técnico da seleção olímpica seja Rogério Micale, que trabalha há mais de um ano com a equipe sub-23.
Há entendimento de que foi um erro, ao demitir Alexandre Gallo em maio de 2015, que fazia um trabalho à parte na seleção olímpica, ter dado o cargo a Dunga, que acumulou com o time principal.
Como as convocações dos times acontecem na mesma época, nas datas Fifa (período do mês em que as seleções se reúnem), Dunga, obviamente, nunca treinou o time olímpico, trabalho que foi dado a Micale, que foi contratado do Atlético-MG para dirigir o time sub-20.
Pegou mal também a demora para que Micale fosse incluído na comissão técnica que vai à Rio-2016. Apesar de trabalhar nos amistosos e treinamentos com os atletas sub-23, inicialmente ele não estaria nos Jogos. Isso foi modificado pelo coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, depois de o departamento ser criticado dentro da CBF, o que membros da comissão técnica chamam de "fogo amigo".
Há preocupação com uma possível demora para substituir Dunga e com a proximidade de convocação para a Olimpíada, já no dia 29 de junho, por isso a opção Micale seria a mais viável. A apresentação para o torneio está marcada para 18 de julho, em Teresópolis, ou seja, daqui um mês.
O argumento de dois presidentes de federações a Del Nero é de que não faz sentido, se trocar Dunga, colocar o técnico escolhido para acumular o cargo, já que ele terá tido zero contato com os olímpicos e já sofreria uma enorme pressão no início de trabalho se fracassar. E que Micale já trabalha com os jogadores sub-23. O time será reforçado por três atletas acima do limite de idade, um deles Neymar.
Pesa contra Micale a inexperiência em um torneio tão importante. Há sugestão de que ele tenha um auxiliar técnico mais experiente.
Com relação à seleção principal, o escolhido, ou mesmo Dunga, se ficar, priorizariam a convocação para os jogos de setembro nas eliminatórias, contra Equador, em Quito, e Colômbia, em Manaus. Seria quase dois meses apenas voltado a esse trabalho.
Fonte: Folha de São Paulo
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