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quinta-feira, junho 23, 2016

Defesa de Osvaldo utilizou fone de alto padrão para decifrar diálogo entre Ubarana e Leal

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Ao comentar o diálogo entre a ex-chefe do setor de precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Carla Ubarana e seu marido George Leal, sobre a
delação que fariam relativa ao esquema dos precatórios, o Ministério Público enfatizou que não usou nada do conteúdo no processo contra os ex-desembargadores Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro, “em face da baixíssima qualidade de áudio, bem como por conter vários trechos de conversas entre advogado e clientes, o que é expressamente vedado por nosso ordenamento jurídico”.

No entanto, o advogado Flaviano Gama, da defesa do ex-desembargador Osvaldo Cruz, informou que conseguiu o conteúdo completo, deixado de lado pelo MP, utilizando um sistema de som avançado, “da marca beats”, que capitou todo o diálogo, que rendeu 52 páginas, o qual mostra a combinação do que cada um iria dizer, a negociação com o MP para conseguir vantagens e até onde pode estar o dinheiro desviado.

Flaviano detalhou, em entrevista ao portalnoar.com, que os vídeos que só agora vieram a público foram pedidos pela defesa ao Ministério Público há muito tempo, mas o material fornecido sempre era com conteúdo corrompido, impedindo a visualização.

Nos vídeos divulgados pelo portalnoar.com em parceria com TV Ponta Negra, Carla Ubara e George Leal, casal pivô do escândalo aparecem combinando uma versão de delação premiada para entregar desembargadores a acusação como forma de se salvarem, sem a aparente preocupação se o que contariam seria verdade ou não.

“A gente viu, lá atrás, que tinha no processo de Carla Ubarana esse disco com a descrição de que se tratava de uma escuta ambiental. Solicitamos então ao Ministério Público cópia do vídeo porque o que estava nos autos dos processos não estava abrindo”, relembrou Gama.

Para sua surpresa, no entanto, a cópia enviada pelo Ministério Público era igualmente defeituosa, o que levou a defesa a pedir ao juiz titular da 8ª Vara Criminal, Ivanaldo Bezerra, que oficia-se o MP para fornecer o vídeo. Mais uma vez, a cópia enviada, relembrou Gama, não abria.

“Foi quando pedimos então ao juiz da 8ª Vara, onde se passa o processo dos desembargadores, que fosse solicitada uma cópia ao juízo da 7ª Vara, onde foi processado o caso de Carla Ubarana. Dessa vez, o disco veio com o contéudo que surpreendeu a todos nós”, explicou o advogado.

Flaviano diz que quando comparou o conteúdo do vídeo ao que o Ministério Público transcreveu em degravações ficou ainda mais estarrecido. “Quando tivemos acesso integral, comparamos e percebemos que eles omitiram muitas coisas. O Ministério Público deu crédito a ela. E divulgou com todo o estardalhaço. Eu torço para um dia ver a Promotoria do Patrimônio Público reconhecendo um erro. Tenho 18 anos de profissão e ainda não vi isso”, desabafou o advgado, que se disse tranquilo por confiar na imparcialidade do juiz Ivanaldo Bezerra.

Fonte: Portal Noar

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