A Brigada Militar antecipa que vai liberar o uso de farda policial ao soldado Miguel Martins, 29 anos, no dia do seu casamento com o modelo Diego Souza, 21 anos. Os
dois formalizarão a união homoafetiva em dezembro deste ano, em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.
Para que um PM possa usar farda fora do ambiente militar, é necessária uma autorização. Um requerimento deve ser enviado ao Comando Geral da Brigada Militar para que o aval seja ou não dado. No caso do casamento, que será realizado um clube da cidade, o coronel Alfeu Freitas Moreira não vê impedimento algum. Ele só aguarda o documento para se posicionar favoravelmente.
"De antemão digo que vou ser favorável, não há nada que impeça. É um desejo dele", afirma o coronel ao G1.
Antes de chegar ao Comando Geral da Brigada Militar, o uso da farda no casamento precisa ser autorizado pelo 1º Batalhão de Patrulhamento de Áreas de Fronteira (BPAF) - onde o soldado Miguel Martins é lotado -, tenente-coronel Roberto Ortiz, que também já deu parecer favorável ao requerimento.
Depois, a avaliação passa pelo major Luis Flores Tavares, do Comando Regional de Polícia Ostensiva Fronteira Oeste (CRPO-FO). Da mesma forma, a resposta dele é positiva.
Juntos há pouco mais de oito meses, os noivos frequentam eventos da corporação, no quartel e na Associação da Brigada Militar. O soldado diz que nunca sofreu preconceito dos colegas, mas que já leu comentários depreciativos de conhecidos nas redes sociais.
"As críticas, em vez de nos diminuir, nos enfraquecer, nos dão mais vontade ainda, mais força para seguir na nossa decisão", destacou ele ao G1. "A gente não está visando chamar atenção, não. Não quero nos aceitem, mas quero que nos respeitem como seres humanos, como casal, como uma família que está se formando", completou o soldado, que atualmente trabalha no policiamento ostensivo nas ruas de Uruguaiana.
O casamento será no dia 23 de dezembro deste ano. Um juiz de paz irá formalizar a união dos noivos em um clube da cidade.
“Não estou denegrindo a imagem da Brigada Militar. Pelo contrário, quero mostrar que a Brigada Militar respeita os direitos dos cidadãos e dos membros da corporação”, sustenta Miguel Martins.
Fonte: G1
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