Um agente penitenciário foi executado a tiros na noite deste sábado (25) na cidade de São Paulo do Potengi, distante pouco mais de 70 quilômetros de Natal. David Max da Silva Ramos, de 27 anos, estava em um bar com amigos quando foi surpreendido
pelos assassinos. Pelo menos quatro pessoas, de dentro de um carro, se aproximaram e abriram fogo. Segundo a Polícia Militar, no local do crime foram encontradas munições de pistola calibre 9 milímetros (de uso restrito do Exército brasileiro), de pistola 380 e de espingarda calibre 12.
Em contato com o G1, o policiamento da cidade informou que o agente tinha audiência marcada com a Justiça na próxima semana para resolver o problema de uma briga com um ex-presidiário. Contudo, ainda não se sabe o real motivo para o crime.
Amigos de David disseram que ele trabalhava em Natal, na Escola Penitenciária. Ele deixa mulher e três filhos. O caso será investigado pela Delegacia de Polícia Civil de São Paulo do Potengi.
Triste coincidência
O dia 25 de junho não traz boas recordações para o sistema prisional potiguar. Foi nesta data, em 2013, que foi assassinado o também agente penitenciário Ronilson Alves da Silva, de 35 anos. O crime aconteceu em Mossoró, na região Oeste do estado. Três homens foram indiciados pelo homicídio.
Ronilson foi encontrado com marcas de tiros dentro do carro dele, um Corsa, em uma rua localizada no bairro Santo Antônio.
Segundo as investigações da Polícia Civil, os criminosos teriam tomado um veículo de assalto com o intuito de usá-lo para ir matar uma pessoa, mas como não obtiveram êxito resolveram tomar de assalto o carro de Ronilson, que também foi levado pelos bandidos. Eles acabaram reconhecendo o agente e, por medo de represália, decidiram matá-lo.
Também em 2013, no dia 8 de agosto, foi morto o agente penitenciário Maxuel André Marcelino, de 44 anos. Ele, que trabalhava no Presídio Estadual de Parnamirim (PEP), foi baleado durante o transporte de um preso para uma consulta médica. O objetivo dos criminosos era resgatar o detento Wilson Rodrigues de Medeiros Filho.
Durante o trajeto, três homens e uma mulher abordaram os agentes no meio da principal avenida do Centro de Parnamirim. Atingido pelos disparos, Maxuel ainda foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante o socorro.
Seis pessoas foram indiciadas por homicídio e formação de quadrilha, inclusive o preso Wilson Rodrigues que seria resgatado, e uma adolescente responderá pelo ato infracional análogo ao crime de homicídio.
Sindicato lamenta
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte (Sindasp-RN) lamentou a morte do colega. Na manhã deste domingo (26), em nota, escreveu:
"A categoria está de luto e foi pega de surpresa com essa ocorrência, ainda mais pela forma covarde como aconteceu. A dor se torna ainda maior pela data em que aconteceu, pois há exatos três anos tivemos a morte do também agente Ronilson Alves, um profissional que faz muita falta para o Estado e amigos e uma perca irreparável para os familiares. Diante disso queremos pedir aos nossos gestores mais empenho e responsabilidade com essa categoria, bem como uma visão mais humana dos que defendem os direitos humanos para com os agentes penitenciários".
Vilma Batista, presidente do Sindasp, ressaltou que profissão de agente penitenciário é uma das mais perigosas do mundo e, por isso, pede que o caso do agente David Max receba uma atenção especial. "Esperamos que o caso seja investigado com rigor e os autores desse crime sejam presos. Estaremos acompanhando de perto e atento às investigações, dentro e fora das unidades", frisou.
Fonte: G1
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