Uma propriedade no alto da Serra Verde, situada no município de Lajes Pintadas (distante 136 quilômetros da capital potiguar), protagoniza um dos mais
importantes feitos para a bovinocultura do Rio Grande do Norte. A fazenda, que leva o nome da serra, será a primeira a ter bezerras resultantes da fertilização in vitro, cujo processo foi completamente feito no estado. Em menos de um ano, já foram produzidos cerca de 1,5 mil embriões bovinos em laboratório em território potiguar com índice de sucesso de prenhez da ordem de 30%. Isso significa que do total produzido nascerão em média 500 bezerros.
A fertilização in vitro é um dos produtos oferecidos pelo Projeto Leite & Genética, que vem sendo implementado pelo Sebrae no estado em parceria com o Instituto BioSistêmico (IBS), que é responsável pelas consultorias e pelo IBS GEN. O objetivo principal da iniciativa é melhorar o padrão genético do rebanho potiguar, principalmente daqueles produtores que faturam menos de R$ 3,6 milhões por ano. E por isso, o projeto recorre um dos mais modernos procedimentos capazes de multiplicar e otimizar o padrão de animais que já têm alta performance de forma massificada.
“Depois da clonagem, a fertilização in vitro é a técnica mais moderna para reprodução de bovinos. Entretanto, é a mais apropriada para os objetivos do projeto, não só pelo progresso genético do gado, mas principalmente pela possibilidade de reproduzir muitos animais a partir de uma única matriz”, explica o gestor do projeto, Acácio Brito. A técnica é ideal para criadores que já têm um rebanho de boa qualidade, no entanto, desejam aumentar o desempenho dos animais.
A fertilização promove um verdadeiro milagre no curral em pouco tempo. Se um bovinocultor possui apenas uma vaca que tem alto desempenho na produção de leite, por exemplo, e outras dez com baixo desempenho, ele pode conseguir ter um plantel de aproximadamente oito bezerras de boa qualidade – ou até superior a da matriz, em um ano, usando o material genético da de melhor padrão e as demais como barriga de aluguel.
Com a sincronização do cio das receptoras, o criador conseguirá replicar em único período o padrão genético da matriz, que daria por vias naturalmente apenas seis crias em média ao longo da vida. Por isso, é possível melhorar geneticamente todo o rebanho em um período relativamente curto de tempo.
Há cinco anos, quando o empresário e pecuarista Jorge Maurício Mororó decidiu que deveria ter um gado de referência, não titubeou. Sabia que precisava da biotecnologia para ter sucesso. Ele recorreu a um pacote de fertilizações in vitro ofertado pelo Sebrae dentro do projeto. Após inauguração do Laboratório de Melhoramento Genético Animal (IBS GEN), em setembro do ano passado, Jorge Mororó decidiu multiplicar o rebanho e protagonizou a fertilização de embriões bovinos feita inteiramente em território potiguar. Até junho, o criador terá as oito primeiras crias da raça girolando de porte internacional obtidas a partir da técnica.
Fonte: Agência SEBRAE
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