A Secretaria de Justiça e Cidadania do Ceará confirmou, na tarde desta segunda-feira (23), a morte de 14 detentos durante os conflitos dentro de presídios no Estado no sábado (21) e domingo (22). As
rebeliões, que terminaram ontem, ocorreram em ao menos seis unidades prisionais e, além dos mortos, há muita destruição nas unidades. A Força Nacional foi acionada pelo governo do Estado.
Em nota oficial, a secretaria informa que os corpos de oito detentos já foram identificados e seis estariam ainda em processo de identificação. Há feridos, mas ainda não há detalhes sobre números e estado de saúde deles.
Vídeos publicados pelos presos de dentro dos presídios mostra a barbárie cometida nas unidades. Em um dos vídeos, um preso aparece já com a cabeça arrancada e colocada entre as pernas. Em outro, um outro detentos é amarrado em um colchão e, em seguida, é ateado fogo. Há imagens também em celas em chamas em que presos estariam dentro gritando.
Segundo o governo cearense, os reparos nas unidades danificadas começam ainda nesta segunda-feira. O valor do prejuízo ainda está sendo calculado. "Assistentes sociais estão na entrada dos complexos oferecendo apoio aos familiares. O Governo do Ceará vem tomando todas as medidas necessárias para estabilizar a situação", informou a pasta.
Força Nacional
Para tentar controlar a situação, o governador Camilo Santana (PT) solicitou ao Ministério da Justiça o envio da Força Nacional de Segurança. No sábado, o governador Camilo Santana anunciou a criação de um gabinete de crise, comandado por ele para acompanhar os trabalhos.
Além de garantir a retomada da estabilidade nos presídios, a Força Nacional será usada durante o período de recuperação das instalações, que foram destruídas por conta das rebeliões.
"Conversei com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que já garantiu esse apoio imediato", informou Santana, em postagem nesta segunda-feira no Facebook. O ministério ainda não confirma a informação de autorização.
Investigação
Por conta das rebeliões, o MPE (Ministério Público Estadual) instaurou procedimento para apurar "autoria e responsabilidades dos crimes de homicídio e danos ao patrimônio público" das rebeliões.
Segundo o MPE, as rebeliões tiveram início após deflagração de greve pelo Sindicato dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciário do Ceará, à 0h de sábado –a paralisação foi considerada ilegal pela Justiça um dia antes de começar.
A paralisação foi para cobrar reajuste de 100% da gratificação por atividade de risco. A greve terminou no domingo, quando os agentes aceitaram proposta do governo de reajuste escalonado e retornaram ao serviço.
Com a greve, as visitas do fim de semana foram suspensas e teria havido redução no suprimento de alimentação dos presídios. O fato gerou revolta nos detentos e iniciou os motins.
Fonte: Uol
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