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segunda-feira, maio 23, 2016

Polícia Federal deflagra a 29ª etapa da Lava Jato no DF e em dois estados

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/A Polícia Federal (PF) está nas ruas para cumprir mandados referentes à 29ª fase da Operação Lava Jato desde a madrugada desta segunda-feira (23) em Brasília, Recife e Rio
de Janeiro. Ao todo, foram expedidos seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária.

(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que o empresário Humberto do Amaral Carrilho havia sido preso, como divulgou inicialmente a PF. Na verdade, Carrilho está fora do Brasil. A informação foi corrigida às 9h10)

A ação foi batizada de "Repescagem" e investiga os crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva a ativa envolvendo verbas desviadas do esquema pelo criminoso descoberto na Petrobras.
A prisão preventiva é contra João Cláudio Genu. Ele foi preso em Brasília. Também estão sendo cumpridos dois mandados de busca na casa e no apartamento dele.
Genu foi assessor do ex-deputado federal do Paraná José Janene, que morreu em 2010, e tesoureiro do Partido Progressista (PP). Ele foi investigado e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão do PT em 2012. Após recurso, em março de 2014, Genu foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro. Ele também tinha sido denunciado por corrupção passiva, mas a pena para o crime prescreveu.
"Foi, juntamente com o deputado, denunciado na Ação Penal 470 do STF (Mensalão), acusado de sacar cerca de um milhão e cem mil reais de propinas em espécie das contas da empresa SMP&B Comunicação Ltda., controlada por Marcos Valério Fernandes de Souza, para entrega a parlamentares federais do Partido Progressista, no escândalo criminal conhecido vulgarmente por Mensalão", disse a PF.
RESUMO DA 29ª FASE
A operação foi chamada de Repescagem porque tem como alvo ex-assessor parlamentar réu no processo do mesalão.
– Objetivo: investiga os crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
– Mandados judiciais: seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária.
– Presos temporários: Lucas Amorim Alves.
– Mandado de prisão temporária em aberto: Humberto do Amaral Carrilho, empresário.
– Preso preventivo: João Cludio Genu, foi assessor do ex-deputado José Janene (PP-PR).
– O que descobriu: Genu seria responsável por intermediar o pagamento de propina dentro da Petrobras. Ele também seria o beneficiário de até 5% do que era pago a partir de contratos firmados no setor de Abastecimento petrolífera.

A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado.
Na Operação Lava Jato, Genu é suspeito de distribuir dinheiro oriundo do esquema de corrupção que atuou na Petrobras a políticos do PP. Em julho de 2015, a força-tarefa da Operação Lava Jato já havia cumprido mandado de busca e apreensão na casa do ex-assessor.

A PF declarou ainda que surgiram elementos probatórios que apontam a participação do investigado no esquema de corrupção na Petrobras.

"As investigações apontam que ele continuou recebendo repasses mensais de propinas, mesmo durante o julgamento do mensalão e após ter sido condenado, repasses que ocorreram pelo menos até o ano de 2013".
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os colaboradores Alberto Youssef, Carlos Rocha e Fernando Baiano apontaram Genu como um dos beneficiários da propina por intermédio de recebimento de valores em espécie.

Genu seria responsável, conforme os procuradores, por receber valores em espécie e repassá-los ao ex-diretor estatal Paulo Roberto Costa. Além disso, Genu seria o beneficiário de até 5% da propina que era paga a partir de contratos firmados no setor de Abastecimento petrolifera.
Outros suspeitos
Lucas Amorim Alves teve um mandado de prisão temporário expedido. Ele foi preso em Brasília. A PF também cumpre dois mandados de busca na casa e no escritório dele. De acordo com as investigações, ele era sócio de Genu e era quem recebia propina em nome no esquema de corrupção.
O outro mandado de prisão temporária foi expedido contra Humberto do Amaral Carrilho, empresário do setor de combustíveis de Recife. Segundo a PF, entretanto, Carrilho está fora do Brasil e, por isso, não foi detido. Agentes também não conseguiram cumprir o mandado de busca e apreensão no apartamento do empresário, pois o imóvel está em reforma.
Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que Carrilho, dono da empresa Distribuidora Equador, o procurou, entre 2008 e 2009, com um projeto de construção de um Terminal de Derivados no Rio Amazonas, em Itacotiara.
De acordo com Costa, o projeto foi aceito, e a empresa foi contratada pela Petrobras, sem licitação, pois se tratava de exclusividade. Paulo Roberto Costa acrescentou que a intermediação dele “pesou” para a contratação ainda que a parte técnica do projeto não apresentasse desvio de condutas. O ex-diretor da Petrobras disse que em virtude desta intermediação, o dono da empresa pagou valores ao declarante até fevereiro de 2014.
Os policiais também cumprem um mandado de busca e apreensão na casa de Antônio Gontijo de Rezende.
Defesas 
O advogado Maurício Maranhão, responsável pela defesa de Genu, disse à TV Globo que, por enquanto, não vai se manifestar. A reportagem tenta contato com os demais investigados na operação.

Fonte: G1

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